Principal recurso do Pantanal, água é chamada ao ecoturismo
Apesar do planeta se chamar Terra, sua superfície é composta majoritariamente por água. E o Brasil é um país que tem esse elemento natural em abundância, seja em sua gigantesca costa banhada pelo Oceano Atlântico ou pela água doce de nossos rios, lagos, aquíferos, entre outros recursos hídricos.
O Pantanal se destaca pela enorme quantidade do precioso líquido azul. Por lá existem os majestosos rios, como o rio Paraguai, o de maior porte da região, e seus afluentes, além de vazantes, corixos, baías e salinas. Isso faz com que tenha paisagens diversas, fauna e flora exuberantes, o tornando um verdadeiro santuário ecológico, propício ao turismo e ecoturismo.
Por conta desses recursos hídricos o bioma é mundialmente conhecido como a maior área úmida contínua do planeta e recebe milhares de turistas anualmente. “A água torna possível atividades turísticas que variam desde o turismo de pesca, o de contemplação, por meio da flutuação em rios transparentes, o lazer nas cachoeiras e cursos d’água que permitem até observar a onça-pintada a partir de uma canoa no meio do rio”, exemplifica a bióloga Cyntia Santos, colaboradora do Programa Corredor Azul da Wetlands International Brasil.
Para que os visitantes tenham uma experiência com a natureza, com os seres que vivem nesses espaços e venham ter consciência sobre a importância do Pantanal, contribuindo para a proteção de seus recursos, deve ser desenvolvido o ecoturismo, atividade que tem até data de celebração, no dia 1° de março. Muitos empreendimentos da região já aderiram a essa prática.
“Essa dimensão de entendimento por parte do turista, do empreendedor turístico e da sociedade pantaneira ressalta a valorização da conservação do Pantanal. Com isso, a cadeia do ecoturismo vai se fortalecendo em diversas etapas, desde a manutenção da paisagem pantaneira o mais original possível, até a inserção do produto no mercado ao consumidor”, avalia Cyntia.
Assim, os turistas que chegam no bioma podem aproveitar a sensação de acordar de madrugada para fazer birdwatching (observação de aves), ou sair no fim do dia para observar tamanduás-bandeira à procura de cupinzeiros apetitosos, ou mesmo contemplar o nascer do sol ou o pôr do sol. “São experiências que trazem muita satisfação àqueles que desejam um momento de integração com a natureza”, pontua a bióloga.
Com toda a variedade de ambientes aquáticos do bioma, o ecoturismo só tem a ganhar: é um amplo cardápio para o desenvolvimento sustentável por meio de atividades de aventura, observação da fauna e da pesca, essa que deve respeitar as regras de cada ambiente específico, visto que o Pantanal é composto por ambientes sensíveis à perda de biodiversidade e as espécies aquáticas não fogem à regra.
Ecoturismo e pandemia
A pandemia de Covid-19 afetou o turismo no mundo todo e por aqui não seria diferente. Houve suspensão temporária das atividades ligadas ao setor no Pantanal. Empresários, guias, funcionários e toda a cadeia foram impactados com a diminuição de turistas na região.
Até houve esforços na criação de protocolos de biossegurança em tempos de pandemia, com apoio de instituições locais, mas a abertura do turismo ainda é tímida em comparação com anos anteriores. Nos feriados prolongados de setembro a novembro de 2020, por exemplo, a taxa de ocupação média das 18 pousadas pantaneiras ativas no período foi de 20%, de acordo com dados da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul.
A Wetlands International Brasil tem como um de seus componentes o fomento do ecoturismo pantaneiro e para isso integra a Agência de Desenvolvimento Regional Movimenta Pantanal, que tem o setor como um de seus principais eixos. Desta forma, são empreendidos esforços para que o ecoturismo seja cada vez mais divulgado, a fim de fortalecer e desenvolver a região.