Após passar por 2 hospitais, gestante com covid descobre que bebê está morto
Ela sangrou, foi ao HR, mas marido diz que hospital não tinha aparelho para ouvir batimentos do bebê
Depois de passar por dois hospitais com sangramento, gestante de 22 anos, vítima da covid-19, perdeu o bebê, prestes a completar 9 meses de gestação. “O que mais me revolta é terem mandado ela voltar para casa mesmo sangrando e sentindo dor”, diz o esposo, Marlon Augusto da Silva, de 27 anos. Indignado, ele diz que a filha morreu por negligência e falta de equipamentos básicos, como o que mede os batimentos cardíacos do bebê.
Ele e a esposa estão casados há três anos. Ela já é mãe de duas crianças e aguardava a chegada da terceira. “Era uma menina, minha primeira filha. Fiquei tão feliz quando soube da notícia, sempre quis ser pai. Deixamos tudo preparado”, conta.
Segundo ele, após a descoberta da gestação a esposa passou a fazer o acompanhamento do pré-natal e não apresentou nenhum problema de saúde. Os meses passaram até a chegada das 38 semanas, o que fez a ansiedade tomar conta da família.
No entanto, na sexta-feira (21), a esposa de Marlon foi diagnosticada com covid. “Fez o exame e deu positivo, levei ao médico que receitou remédios para dor e náuseas. Ela tomou por cinco dias e melhorou”.
Já nesta semana, os dias foram passando mais lentamente e na quarta-feira (26), Marlon e a esposa foram até a Maternidade Cândido Mariano. “Fomos lá porque a neném estava mexendo devagar, fiquei preocupado. Lá, o médico ouviu o coraçãozinho e disse que estava normal”, lembra.
Em seguida, a gestante foi liberada e retornou para casa com o marido. No dia seguinte, na tarde de quinta-feira (27), a esposa perdeu o tampão mucoso, passou a sangrar e reclamar de dor.
“Estava trabalhando quando ela me avisou, por volta das 15h. Em seguida, me ligou dizendo que estava indo para o Hospital Regional”.
Aparelho quebrado - Já no Hospital Regional, Marlon conta que a esposa foi atendida, porém os médicos não conseguiram ouvir o coração da bebê. “Não escutaram os batimentos porque o aparelho estava estragado, e mesmo assim mandaram voltar para casa pois não estava na hora”.
Quando a gestante voltou, Marlon já tinha chegado na residência. Na casa, ela continuou se queixando de dores, quando por volta das 21h ele a levou até o Hospital Universitário.
“Estava com dor e sangramento. Depois que chegamos lá, por volta das 22h deram noticia que a bebê estava morta”.
Perda - A tristeza tomou conta do coração do pai que agora vive um novo drama, esperar a cirurgia para retirada da criança. “Até agora não tiraram e estou com medo porque sei que é perigoso deixar o bebê morto dentro da barriga, temo pela vida da minha esposa”.
Ele ainda relata que o motivo da cirurgia não ser feita era por falta de vaga. “Querem transferir ela para o Hospital Regional, mas estão aguardando uma vaga. Estou preocupado porque não a vi mais, tive notícias apenas pelas enfermeiras”.
HU- A reportagem entrou em contato com o Hospital Universitário e foi informada que a paciente foi transferida antes das 10h de hoje (28), para o Hospital Regional, pois é a unidade de referência para o atendimento de gestante com covid-19.
HR - A reportagem também entrou em contato com Hospital Regional nesta manhã, mas até o momento não obteve retorno.
Sem ter muito o que fazer, Marlon agora está a caminho do Hospital Regional em busca de notícias da esposa e reza para que nada de mal aconteça a sua família novamente.
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