Azeite fabricado clandestinamente em SP é encontrado em mercado da Capital
Flagrante enviado por leitor ao Campo Grande News aponta que produto envolvido em esquema de fraude é vendido na cidade
A descoberta de uma fábrica clandestina de azeite de oliva na zona leste de São Paulo pode ter implicações no mercado sul-mato-grossense. A ação, ocorrida em 11 de junho, culminou na apreensão de 40 mil litros de óleo vegetal e 15 mil frascos do produto, além de tampas e rótulos de, pelo menos, quatro marcas que teriam sido criadas pelos supostos golpistas para dar vazão ao azeite –que, entre seus componentes, usava óleo lampante, substância que pode causar problemas à saúde se consumida indevidamente.
Uma das marcas criadas pelo grupo de falsários foi encontrada em um supermercado da periferia de Campo Grande, conforme denúncia de leitor encaminhada à reportagem. A Polícia Civil paulista confirmou a prisão de uma pessoa e a continuidade das investigações, reconhecendo ainda ter notícias de que unidades do produto foram encontradas em grandes redes de mercados em outros Estados.
O exemplar do azeite, da marca Quinta D’Ouro, foi fotografado e teve mensagem enviada ao Campo Grande –que contatou a rede varejista para obter detalhes sobre a aquisição, não obtendo detalhes até a veiculação desta reportagem. O rótulo foi um dos identificados no esquema sob investigação em São Paulo, ao lado de frascos com as marcas Olivais do Porto, Quinta Lusitana e Évora, que informavam se tratar de produto do tipo extra-virgem e fabricado em Portugal.
Todos os produtos tinham a mesma embalagem, tendo a rotulagem alterada conforme a vontade dos fabricantes. A operação ocorreu em um galpão na Vila Califórnia, em meio a apurações sobre roubo de cargas de azeite. Ao seguirem um caminhão de entregas, os investigadores descobriram um esquema de envase do produto, com direito a maquinário industrial.
Tonéis armazenavam os produtos, sendo identificados óleos vegetais, aromatizantes e o óleo lampante, fabricado a partir de azeitonas de pior qualidade e que não é considerado apropriado ao consumo humano.
Em entrevista ao G1, o delegado Milton Burgese de Oliveira confirmou que as marcas foram inventadas, com os rótulos sendo criados aleatoriamente, mas sempre com um mesmo produto. As apurações buscam os distribuidores da mercadoria. A Polícia Civil de São Paulo informou, ainda, que notificaria a Vigilância Sanitária sobre a fraude, para que os produtos fossem retirados de circulação.
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