Cena de peixe morto e raia quase sem vida chama atenção no Rio Miranda
Leitor que enviou imagens acredita que o motivo seja um fenômeno conhecido como decoada
Na manhã desta terça-feira (21), pescador gravou a situação do Rio Miranda, após ter quase transbordado. Em vídeo enviado ao Campo Grande News, ele diz que o rio está com decoada (fenômeno natural caracterizado pela alteração das características da água, como cor, odor e oxigênio dissolvido) e mostrou um peixe morto e uma raia quase sem vida. “O rio encheu demais, os peixes já começaram a vir para a beirada, estão morrendo”, comenta.
“Aqui em Miranda, nunca deu, sempre dá decoada lá para o Passo do Lontra. Aqui na cabeceira nunca deu. Os caras estão metendo lavoura lá em cima, jogando veneno no rio”, completa.
Segundo o tenente-coronel da PMA (Polícia Militar Ambiental), Edmilson Queiroz, aparentemente, o local não tem correnteza.
“Parece que é um local fechado, rapidamente consome água porque não é água corrente. Qualquer carga orgânica que tenha, acaba diminuindo o oxigênio da água. É um local de pouca água e com vegetação, a própria vegetação apodrecendo na água pode causar decoada”, explica.
O coronel Ângelo Rabelo, presidente do IHP (Instituto Homem Pantaneiro), completa falando sobre a qualidade da água.
“Provavelmente, o indicativo é de que como a subida foi muito rápida, a qualidade da água, o oxigênio, isso foi alterado. Logicamente são coletas que precisam ser feitas para confirmar o fenômeno da decoada”, disse.
“Tem lugares também onde a gestão de resíduos deixa muito a desejar, manuseio de combustíveis, dejetos das casas. Principalmente essa região do Lontra deixa a desejar e muito, então, isso é algo que precisa ser melhorado porque acaba contribuindo para que a qualidade da água seja comprometida”, destaca.
No último domingo (19), o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) emitiu alerta informando que o Rio Miranda, em Bonito, corre o risco de transbordar. Naquele dia, o volume de chuva foi de 39 milímetros e fez o nível do rio atingir 4,7 metros.
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