Funcionários são excluídos de refeitório e almoçam com pombos em hospital
De acordo com trabalhadora, espaço suja facilmente e não oferece condições sanitárias para os funcionários
Doze dias após denúncia de demissão em massa de enfermeiros e técnicos de enfermagem no HAP (Hospital Adventista do Pênfigo), uma funcionária da unidade matriz do hospital, que fica na Avenida Günter Hans, na saída para Sidrolândia, afirma que cerca de 40 funcionários não podem mais almoçar no refeitório da instituição. De acordo com ela, local é insalubre devido a presença de pombos.
“Tem um refeitório dentro da unidade matriz, mas, hoje, os funcionários que trabalham 8 horas por dia foram proibidos de almoçar lá, sem contar que eles (o hospital) já não servem almoço para quem faz esse expediente, somente para os que trabalham em regime de 12 por 36h”, relata a mulher ao Campo Grande News.
Mudança - “Os funcionários que trabalham apenas 8 horas por dia só entravam nesse refeitório para esquentar suas marmitas no micro-ondas. Agora, os micro-ondas foram colocados num antigo galpão, que está infestado de ninhos e fezes de pombos”, alega a funcionária.
Os funcionários que não poderão mais usar o refeitório são de setores como manutenção, limpeza, recepção e auxiliar geral. “Colocaram algumas mesas de plástico e cadeiras lá (no galão), mas é um local totalmente insalubre, quente, não tem vedação entre o teto e a estrutura. Não sei nem como explicar, é simplesmente vergonhoso”, argumenta.
A mulher ainda afirma que o espaço fica muito exposto ao sol, está continuamente sujo, tem mau cheiro e fica do lado do depósito de lixo do hospital. “No vídeo é possível observar as mesas que foram colocadas e a sujeira que está no local, mesmo já tendo sido limpo no dia”, completa.
Imagens ainda mostram um ninho de pombo construído no mesmo pilar onde ficam as tomadas dos micro-ondas usados pelos funcionários para esquentar marmitas.
Outro lado - O Campo Grande News entrou em contato com o HAP solicitando um posicionamento sobre os relatos da funcionária, mas até o momento da publicação desta matéria nenhum retorno havia sido dado.
No dia 12 de agosto funcionários do Hospital Adventista do Pênfigo procuraram esta reportagem para denunciar que pelo menos 19 funcionários, entre enfermeiros e técnicos de enfermagem, haviam sido demitidos.
Os profissionais foram avisados que a motivação da demissão em massa foi o reajuste no piso da enfermagem, através da Lei 14.434, de 2022, sancionada pelo Governo Federal e publicada no dia 5 deste mês. Um salário que era de R$ 1.555, após a reforma deve passar para R$ 3.355.