Lixo entope cano, esgoto estoura e contamina trecho de córrego
Poluição espantou até os quatis e outros animais silvestres que vivem na região
A obstrução de cano jogou esgoto no Córrego Imbirussú, na região do Jardim Panamá, em Campo Grande. O afluente já teve o índice de qualidade considerado bom, mas desta vez recebeu tanto esgoto, que o barulho lembrava o de uma cachoeira.
Quem denunciou o caso para o Diretor das Ruas, na terça-feira (25), foi o servidor público Valmir Martins, de 70 anos, que trabalha voluntariamente na manutenção da mata ciliar do córrego há mais de uma década. Segundo ele, aproveita o período de férias para tirar a vegetação seca do solo e um pouco do lixo, foi quando sentiu o cheiro forte de esgoto e escutou a água caindo.
“A região aqui é atendida pelo sistema de água e esgoto, é um crime ambiental ver a água sendo contaminada desse jeito. Esse córrego deságua para rios importantes do Estado, em outros municípios, além de alimentar a fauna que resiste. Eu vi um grupo de quatis na beira, tentando beber a água, mas não conseguiram nem se aproximar por causa do cheiro”, conta Valmir.
Naquele trecho raso, a água desce quase transparente, mas fica turva ao encontro com o despejo de esgoto. Um cano atravessa o rio, sem ter contato com o córrego, na altura da pavimentação, mas é na manilha de usada como DTI (dispositivo tubular de inspeção), que a tampa estourou de tanto lixo e vazou para o afluente.
Em nota, enviada ao Campo Grande News, a concessionária Águas Guariroba esclareceu que o extravasamento é causado por duas razões: descarte incorreto de lixo e ligações de águas pluviais feitas de forma irregular na rede de esgoto.
“Reforçamos ainda que a água das chuvas deve ser interligada diretamente ao sistema de drenagem das ruas, que por sua vez desembocam nos rios e córregos. É proibido fazer a ligação dessas águas na rede de esgoto. Quando a ligação da água da chuva é feita à rede de esgoto, ocorrem os extravasamentos”.
Ainda na noite de terça-feira (25), uma equipe da empresa esteve no local e constatou o acúmulo de lixo no sistema de esgoto, que provocou a contaminação. “Absorvente, papel higiênico, cotonetes, plástico, todo tipo de resíduo sólido é proibido, porque entope as tubulações e também causa extravasamentos. Devido ao descarte irregular, são retiradas cerca de 75 toneladas de resíduos da rede de esgoto por mês”, termina a nota.
Para o denunciante do caso, a falta de cuidado das pessoas é que está causando todo prejuízo. “Nas margens é possível ver que há nascentes tentando sobreviver. O córrego quer continuar a vida, a água quer ser seu curso natural e com qualidade, mas o ser humano polui”, lamenta Valmir.
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