Mãe de candidata acha erros e reclama de “desleixo” no vestibular da Uems
Prova tem erros primários na elaboração, o que para mãe demostra falta de organização do exame
"Se os erros são tão grotescos na elaboração da prova, como confiar na credibilidade de uma instituição assim? Isso mostra desleixo. Fiquei envergonhada ao ver que um vestibular em Mato Grosso do Sul pode ser feito sem qualquer revisão. Penso nos alunos que vêm de fora e olham. Lamentável". O relato de uma mãe, que não quer ser identificada, com medo de retaliação contra a filha, acontece um dia após o vestibular da Uems (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), realizado no último domingo (26).
A reclamação é sobre o descuido da Fapec (Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura) na realização do exame. Logo no início, ainda nas instruções da prova, o item 3 pede que o aluno verifique se no caderno há 60 questões, mas ao mesmo tempo, entre parênteses e por extenso, destaca 40.
Na sequência, é possível identificar a última alternativa de uma questão no enunciado da pergunta seguinte. "A questão 39, por exemplo, tem só quatro alternativas porque a quinta foi colocada na 40ª posição. Uma das alternativas aparece na pergunta seguinte. Tem de ser anulada. O menino já chega nervoso e ainda tem de enfrentar essa confusão?", protesta.
As provas foram realizadas simultaneamente nos municípios de Amambai, Aquidauana, Bataguassu, Campo Grande, Cassilândia, Corumbá, Coxim, Dourados, Glória de Dourados, Ivinhema, Jardim, Maracaju, Mundo Novo, Naviraí, Nova Andradina, Paranaíba, Ponta Porã e Três Lagoas. As provas se iniciam às 8h.
"Como há muito tempo não estudo, não tenho condições de verificar a qualidade das perguntas, mas não é possível que sejam pensadas, bem elaboradas, feitas de maneira profissional", disse.
Professor de Biologia e com mais de 600 alunos em cursinhos, Fabiano Izidoro, 45 anos, disse que muitos jovens reclamaram do exame, principalmente na área de Ciências Exatas. “A prova de Biologia foi tranquila, mas realmente acontece de questões serem mal elaboradas, cobrança de assuntos não trabalhados no Ensino Médio, não fazem trabalho de revisão na hora de imprimir”.
Questionado sobre o ocorrido, Izidoro disse que o acontecido em Mato Grosso do Sul não ocorreria em outros vestibulares do país. “No Paraná, Santa Catarina, Unicamp, Fuvest, dificilmente você vê bagunça, diagramação, erro de digitação, isso que diferencia”, disse. O professor afirmou que 400 de seus alunos fizeram a prova neste final de semana.
Em nota, a Fapec respondeu que as questões “são elaboradas por banca especializada, após montagem e editoração da prova, são feitas as revisões de língua portuguesa e de conteúdo. Há um formato padrão de capa de prova e formatação de questões a ser seguido, eventualmente, mesmo após minuciosa revisão, equívocos podem acontecer”.
Sobre os erros apontadas pela reportagem, a fundação diz que a banca revisora analisou o caso, mas que “as falhas em questão não comprometem a análise e resolução da prova, não interferindo no desempenho dos candidatos, nem mesmo nos conteúdos programáticos da prova objetiva e redação”.
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Matéria atualizada no dia 28, às 8h34, para acréscimo de informação*