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Direto das Ruas

Paciente que caiu de 6 metros de altura tem 30 pedidos de transferência negados

Acidente de trabalho ocorreu no interior e, desde o dia 4 de dezembro, hospitais negam acolhimento na Capital

Por Gabriela Couto | 27/12/2023 14:38
Imagem da perna de José que já passou por cirurgia após cair de uma altura de 6 metros durante trabalho no interior (Foto: Direto das Ruas)
Imagem da perna de José que já passou por cirurgia após cair de uma altura de 6 metros durante trabalho no interior (Foto: Direto das Ruas)

Familiares de José Carlos da Silva, 45 anos, estão sem saber como proceder após ele sofrer acidente de trabalho no dia 23 de novembro. Ele caiu de um barracarão de pré-moldado de 6 metros de altura, no dia 23 de novembro, em Tacuru, a 421 km de Campo Grande.

Com traumatismo craniado e duas pernas quebradas, ele foi levado para atendimento em Ponta Porã e, depois de estabilizado, foi transferido para o Hospital da Vida, em Dourados, a 251 km da Capital.

Na unidade ele ficou três dias em coma, se recuperou e já operou uma das pernas. Desde o dia 4 de dezembro, a família que mora em Campo Grande tem peregrinado entre salas de assistência social e defensoria tentando trazer José para casa, sem sucesso.

“Como não temos renda para nos manter em Dourados, pedimos a transferência. O hospital também pediu transferência para Campo Grande, mas não querem aceitar”, conta o cunhado Jorge Rister Filho, 53 anos.

A justificativa é que nenhum dos hospitais que recebem pacientes do interior têm vaga. De lá para cá, foram 30 pedidos negados entre os hospitais da Santa Casa, Regional, Universitário e Adventista.

“Eu me admiro muito que não tem leito para uma pessoa quebrada (sic). Aqui tem tantos acidentes, todos os dias e não tem um leito ortopédico?”, desabafa Jorge. Ele conta que fez todos os pedidos possíveis para trazer o cunhado, mas ninguém ajudou, por isso recorreu ao Campo Grande News, por meio do canal Direto das Ruas.

Durante todos esses 23 dias no hospital, eles só conseguiram visitar José uma única vez. Nesta quarta-feira (27), a sobrinha pegou um carro emprestado, colocou gasolina com ajuda da empresa que José trabalhava, para ir até Dourados definir o que fará com o tio, já que o hospital pediu para os familiares tomarem uma providência, já que não tem nenhum acompanhante com ele.

Resposta – A Secretaria Municipal de Saúde de Dourados confirmou que está solicitando a vaga de José para a Capital, a pedido da família. Já a Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande afirma que a família recusou o procedimento ortopédico, em Dourados.

“Diante disso, não há critério para que o paciente seja encaminhado para a Santa Casa e já está fora do protocolo de urgência. Desta forma, o paciente teria que ter alta médica e solicitar uma nova transferência”, explicou. A orientação da regulação na Capital é que ele permaneça em Dourados até possível alta.

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