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Direto das Ruas

“Toda vez é isso”, diz morador preso em casa durante Feira do Bosque da Paz

Feira se tornou tradição, mas reclamações sobre veículos estacionados na saída de garagens persistem

Por Mylena Fraiha | 15/10/2023 13:49

A Feira do Bosque da Paz, realizada no bairro Carandá Bosque, se tornou uma tradição na região, mas reclamações sobre os veículos estacionados em locais proibidos persistem. O último incidente ocorreu na manhã deste domingo (15), quando um morador demorou mais de 30 minutos para sair de casa, devido ao bloqueio de sua garagem, na Rua Kame Takaiassu.

No vídeo, o morador identificado apenas como Celso, de 52 anos, afirma que mora em frente à Praça do Bosque da Paz e que o problema com trânsito é recorrente. “Olha a desordem, toda vez é isso aqui”.

Segundo Celso, moradores já entraram em contato com a organização para relatar o problema. "Conversamos com a organizadora, mas ela disse para a gente procurar a Agetran, afirmando que a situação não estava sob sua responsabilidade", explica.

Inaugurada em agosto de 2022, a Feira do Bosque tem sido realizada uma vez por mês, movimentado R$ 7,2 milhões e beneficiando 550 expositores de artesanato, moda autoral, antiguidades, gastronomia e uma gama diversificada de atrações culturais.

Problema frequente - Apesar de ser realizada uma vez por mês, moradores do Carandá Bosque estão constantemente indignados com a ousadia de motoristas, que visitam a tradicional feira da região.

Conforme noticiado pelo Campo Grande News ainda neste ano, alguns visitantes da feira têm estacionado em locais proibidos e até mesmo em frente às garagens das casas para não terem que andar muito até chegarem à Feira do Bosque da Paz.

Para o morador da região, João Pedro Oliveira, a feira tem atrapalhado a circulação de carros. “Uma moça bateu o carro tentando manobrar para desviar da feira. Só fica sujeira no bosque, carros que estacionam nas garagens, sujeira que fica na frente das casas”, reclama.

Carro estacionado em frente a garagem no bairro Carandá Bosque, em edição anterior da feira (Foto/Arquivo)
Carro estacionado em frente a garagem no bairro Carandá Bosque, em edição anterior da feira (Foto/Arquivo)

Medidas tomadas - Em entrevista concedida ao Campo Grande News, uma das organizadoras da Feira do Bosque da Paz, Carina Zamboni, afirmou que o problema de estacionamento não é recente. Em setembro de 2022, a coordenação da feira teve uma reunião com a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), na qual foi solicitada uma fiscalização no local.

Segundo Carina, em um primeiro momento, a Prefeitura afirmou que não tinham efetivo disponível para deslocar até o local do evento, mas concordou em permitir o fechamento de três ruas próximas à praça e fornecer cavaletes em comodato. Entretanto, a medida não foi bem recebida pelos moradores locais. “Alegaram que prejudicava o direito de ir e vir”, pontua a organizadora da feira.

Diante das crescentes preocupações da comunidade local, uma nova reunião foi realizada em agosto de 2023, com a participação de representantes da Sectur (Secretaria de Cultura e Turismo), da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano), da Agetran, da Guarda Municipal e do gabinete da prefeita.

Nessa reunião, Carina explica que várias mudanças foram propostas e implementadas. Segundo ela, o meio-fio da praça central foi pintado de amarelo, para melhorar a visibilidade e a segurança no local.

A reportagem entrou em contato novamente com a organização da Feira e com a Agetran para saber se serão tomadas novas medidas em relação ao problema de trânsito. Em resposta, a organização da feira reforçou que continua com compromisso de fornecer orientações regulares aos expositores e que recebe o apoio por parte da Agetran.

"Todos os meses divulgamos material informativo para nossos expositores sobre como devem proceder nos dias de feira, e eles têm sido ótimos parceiros, a ponto de a confusão no trânsito ocorrer geralmente após as 11h, quando a Agetran deixa o local", explica Carina.

Sobre a ausência de pagamento de fiscais de trânsito pelos organizadores, os mesmos argumentam que o gerenciamento do trânsito não é uma responsabilidade da administração da feira.

"Fomos informados disso pela própria Agetran, que nos alertou que poderíamos ser multados por realizar um serviço que não está sob nossa responsabilidade. A única solução para melhorar o trânsito é que a Agetran desempenhe seu papel, mas a desculpa sempre é a mesma. Não há pessoal suficiente!", pontua uma das organizadoras.

A organização também reforça que as taxas arrecadadas com a feira são utilizadas para viabilizar o evento. "Pagamos por dois geradores, um palco, apresentadores, o som de uma das praças de alimentação, fiscais internos do evento, segurança, materiais de limpeza, divulgação e outros gastos", reitera Carina.

Até o fechamento desta matéria não obteve resposta por parte da Agetran. O espaço segue aberto.

[**] Matéria editada às 11h27 do dia 16 de outubro de 2023 para acréscimo de informações.

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