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Direto das Ruas

Tubulação entope e obras param no lago do Parque das Nações Indígenas

Água acumulou após entupimento e trânsito de máquinas e caminhões foi suspenso

Ronie Cruz | 19/07/2019 11:14
Lago que estava praticamente seco para obras voltou a acumular água após entupimento (Foto: Reprodução)
Lago que estava praticamente seco para obras voltou a acumular água após entupimento (Foto: Reprodução)

A tubulação que faz o escoamento da água no lago maior, do Parque das Nações Indígenas, entupiu na madrugada desta sexta-feira (19) e paralisou o trabalho das máquinas que fazem o desassoreamento no local. Um internauta gravou um vídeo da obra parada nesta manhã e enviou pelo canal Direto das Ruas.

Ao Campo Grande News, o superintendente de serviços da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), Mehdi Talayeh, confirmou o entupimento do registro do vertedouro. O entupimento provocou o acúmulo de água na parte onde a areia já havia sido retirada, o que dificulta o trânsito de retroescavadeiras e caminhões caçamba.

“A gente já acionou a equipe de psicultura da Semagro [Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Meio Ambiente, Produção e Agricultura Familiar], responsável por cuidar do registro do lado do vertedouro, e a equipe já limpou o registro. Agora estamos esperando o voulme de água abaixar”, contou.

O lago foi praticamente seco para o trabalho de desassoreamento desde que as obras começaram.

A previsão é que o lago volte a secar novamente até o fim do dia e as obras sejam retomadas na próxima segunda-feira (22), conforme o superintendente. Ele acredita que o entupimento tenha sido causado por areia ou pedaço de pau. “Acredito que areia seja mais difícil de entupir porque é fina e a tubulação é grossa. Às vezes foi algum toco. Já avisamos a Semagro para colocar tela na tubulação para evitar que entupa novamente”, explicou.

O ritmo das obras já havia sido reduzido pela metade na terça-feira (16) por causa da chuva, mas foi retomado no dia seguinte à todo vapor, conforme Talayeh. Somente na quinta-feira (18), antes do entupimento, as máquinas removeram aproximadamente 2.500 cúbicos de material do lago. No total, já foram retirados do local mais de 10 mil cúbicos de areia do lago maior. 

Veja o vídeo:

Máquinas e caminhões em atividade na quinta-feira (18), um dia antes da tubulação entupir. (Foto: Divulgação)
Máquinas e caminhões em atividade na quinta-feira (18), um dia antes da tubulação entupir. (Foto: Divulgação)

Obras - O esvaziamento do lago maior começou no dia 17 de junho e no início de julho as máquinas já trabalhavam na área praticamente seca. De acordo com a superintendência de serviços da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), esta fase das obras vai utilizar seis escavadeiras hidráulicas e 30 caminhões basculantes. As obras devem durar de 3 a 4 meses.

Ao todo, foram retiradas 13 espécies de peixes, a maior parte de lambaris do lago. O gerente de Recursos Pesqueiros do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), Vander Fabrício de Jesus, estima em 10 mil a quantidade retirada do local. O maior foi um pacu de 12 quilos e 80 centímetros de comprimento, que faria qualquer adepto da pesquisa feliz.

Como o lago menor já foi desassoreado, o cardume foi solto nele. A operação evita, assim, a cena de peixes morrendo, como já ocorreu durante os serviços. Ela começou na quinta-feira passada e acabou nesta quarta-feira.

Os serviços foram iniciados pela Prefeitura, para acabar com os bancos de areia nos dois lagos, que provocaram indignação de frequentadores do espaço de lazer.

Além dos peixes, houve achados indesejados: lixo deixado pelos frequentadores do parque. Pneus, plásticos, garrafas e até aparelho celular foram achados.

Após o fim das obras, os animais serão devolvidos ao lago maior. As obras de desassoreamento têm previsão de retirar 140 mil metros cúbicos de sedimentos do lago. O custo é estimado em 5 milhões, para devolver ao Parque das Nações um dos seus principais cartões postais, tão presente nas fotos de pôr-do-sol.

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