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Economia

Alta de impostos no Brasil derruba em 70% venda de gasolina em Ponta Porã

Osvaldo Júnior | 02/08/2017 17:12
Veículos cruzam a fronteira para abastecer no Paraguai (Foto: Divulgação)
Veículos cruzam a fronteira para abastecer no Paraguai (Foto: Divulgação)

A elevação dos tributos sobre os combustíveis no Brasil impactou, fortemente, o setor em Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai e a 323 quilômetros de Campo Grande. As vendas de gasolina caíram até 70% no município e os postos já começam a demitir funcionários.

“Aqui trabalhavam 12 frentistas. Agora são seis”, disse um gerente, que pediu para não ser identificado. De acordo com ele, a comercialização de gasolina vem caindo há dois anos, mas, nas últimas semanas, a situação ficou muito mais crítica.

“A diferença entre o preço da gasolina aqui e lá [no Paraguai] é de R$ 1,20, R$ 1,50. Lá, custa R$ 2,50 em alguns postos. Então, fica muito difícil pra gente. O turista prefere abastecer lá”, contou. Em Ponta Porã, o preço chega a R$ 3,95.

A preferência pela gasolina mais barata do Paraguai não é algo recente. No entanto, depois do dia 20 de julho, quando o presidente Michel Temer assinou decreto, autorizando o aumento do PIS/Confins sobre os combustíveis, o quadro se agravou na cidade sul-mato-grossense. Nas refinarias, o reajuste foi de R$ 0,41, com repasses, em alguns casos, acima desse patamar ao consumidor final.

Além disso, a Petrobras tem reajustado (para mais ou para menos) os preços dos combustíveis às distribuidoras. Do dia 26 de julho até esta quarta-feira (dia 2), o valor da gasolina vem subindo continuamente. Amanhã, entretanto, haverá queda de 1,3%, o que não é suficiente para compensar as altas dos últimos dias.

Nesse cenário, o varejo de combustíveis de Ponta Porã está amargando quedas recordes de vendas. “Nossa média era de 10 mil litros de gasolina por dia. Hoje, não chegou a 3 mil litros”, disse o gerente de um posto da cidade, Jayson Ronaldo. De acordo com ele, os últimos dias têm sido de comercialização muito fraca. A queda referida pelo gerente é de 70%.

No posto que gerencia, não houve, por enquanto, demissões – no local, trabalham 26 pessoas. No entanto, Jayson contou que está marcada reunião com os funcionários para tratar do problema. “Pode ser que vamos precisar demitir. Infelizmente”, disse.

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