Apesar de Petrobras anunciar redução, preço da gasolina já aumentou em postos

Combustível é encontrado a R$ 5,49 com o retorno dos tributos federais, mas estatal anunciou nova queda

Izabela Cavalcanti | 30/06/2023 12:05

Gasolina a R$ 5,49 e etanol por R$ 3,89, na rede Trokar, localizado na Avenida Salgado Filho esquina com a Avenida Bandeirantes (Foto: Izabela Cavalcanti)

Apesar de a Petrobras anunciar queda no preço da gasolina, de R$ 0,14, nas distribuidoras, os postos já tiveram que reajustar o preço devido à cobrança dos tributos federais. No posto Trokar, na Avenida Salgado Filho esquina com a Avenida Bandeirantes, por exemplo, o combustível já está por R$ 5,49.

Esse aumento é devido ao encerramento da isenção do PIS/Pasep (Programa de Integração Social e o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público) e o Cofins (Financiamento da Seguridade Social), que tinha validade até 28 de junho.

Outro posto que também já está com o combustível mais caro é o Alloy, na Rua 14 de Julho, com a gasolina a R$ 5,19. No posto Taurus, da Avenida Costa e Silva, está sendo vendido por R$ 5,35; na mesma avenida em outro estabelecimento está R$ 5,34.

Na Avenida Eduardo Elias Zahran, esquina com a Rua Luiz Dodero, está R$ 5,35. No posto Kátia Locatelli, na Avenida Costa e Silva esquina com a Salgado Filho, o litro está sendo comercializado por R$ 5,31.

O corretor de imóveis Saulo Freitas, de 34 anos, se arrepende por ter deixado de abastecer ontem com o preço antigo. “Percebi que aumentou e, inclusive, ontem deixei de abastecer no Centro e estava R$ 4,85. Hoje, já estava R$ 5,31”, comentou.

Corretor de imóveis, Saulo Freitas, abastecendo o veículo no posto Bonatto (Foto: Izabela Cavalcanti)

Ainda de acordo com ele, o “sobe e desce” da gasolina impacta no orçamento no final do mês. “A gente sempre acredita que o valor pode durar um pouco mais, mas reajustam rapidamente. Acho que nos próximos meses vai subir ainda mais”, completou.

O professor universitário Caio Dalbert, de 39 anos, afirma que o motorista acaba ficando refém do preço. “É uma coisa que a gente precisa, mas essa oscilação acaba comprometendo o orçamento financeiro, acaba bagunçando nossa projeção”, lamentou.

O comerciante Nelson Gouveia, de 57 anos, acredita que a gasolina pode até passar dos R$ 6. “Quem dirige percebe o aumento e vai passar dos R$ 6. Se baixasse na mesma velocidade que sobe, a gente nem ia perceber”, ressaltou.

Nelson Goveia estava próximo ao posto Trokar, na Avenida Salgado Filho (Foto: Izabela Cavalcanti)

Mudança - No dia 28 de fevereiro, o Governo Federal publicou a Medida Provisória nº 1.163, que desonera o valor do PIS/Pasep e o Cofins até 30 de junho. Depois, no dia 28 de abril, foi publicada novamente prorrogando por mais 60 dias. Ou seja, tendo validade até 28 de junho.

Por mais que a primeira publicação tivesse um prazo de validade, a Constituição diz que as medidas provisórias têm prazo de 60 dias, sendo prorrogável por igual período.

Nesta sexta-feira (30), a Petrobras anunciou queda 5,3% no litro da gasolina nas distribuidoras, passando a custar R$ 2,52.

Gangorra - Desde o começo do ano, o litro da gasolina já teve quatro reajustes, sendo um aumento e três quedas, nas distribuidoras. Em meio a essas alterações, o valor fixo do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) também aumentou. A questão que fica diante desse cenário é o impacto que essa “gangorra” tem para o bolso do consumidor, que não consegue se programar por um tempo maior.

Segundo o economista Eugênio Pavão, os ajustes são necessários. “Esses ajustes são necessários, mas são bastante instáveis para o consumidor final. O consumidor é convidado a pagar a conta em alguns momentos”.

O economista orienta para que o consumidor seja cauteloso e faça planejamentos com as contas. “É necessário cautela até ter uma estabilidade prevista. Tem que ir se adaptando e fazer um planejamento financeiro de curto, médio e longo prazo”, finalizou.

Gráfico mostra os reajustes da gasolina nas distribuidoras e o aumento dos impostos, neste ano (Arte: Thiago Mendes)

Histórico - No dia 25 de janeiro, começou a valer o aumento de R$ 0,23 na gasolina, saindo de R$ 3,08 para R$ 3,31, nas distribuidoras. Já no dia 1° de março, reduziu R$ 0,13 nas distribuidoras, saindo de R$ 3,31 para R$ 3,18.

No dia 17 de maio, também teve queda de R$ 0,40 por litro, passando de R$ 3,18 para R$ 2,78 por litro.

No entanto, a queda foi praticamente anulada, já que no dia 1° de junho começou a vigorar o ICMS fixo em todos os estados, de R$ 1,22. Em Mato Grosso do Sul, o aumento foi de R$ 0,30, porque antes o imposto estadual era de R$ 0,92.

Depois, no dia 15 de junho, teve queda de R$ 0,13 por litro nas refinarias, passando a ser de R$ 2,66 por litro.

Agora, no dia 29 de junho, voltaram a ser cobrados os impostos federais, que aumentou R$ 0,33, segundo estimativa da Fecombustíveis (Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes).

Confira abaixo alguns postos pesquisados: