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Economia

Chuva e calor quebram safra em janeiro e alimentos sobem até 144%

Liana Feitosa | 26/01/2016 16:49
Segundo especialista, Mato Grosso do Sul precisa importar grande parte de produtos no verão devido à diminuição de oferta. (Foto: Campo Grande News)
Segundo especialista, Mato Grosso do Sul precisa importar grande parte de produtos no verão devido à diminuição de oferta. (Foto: Campo Grande News)

Calor forte e muita chuva na maior parte do país elevaram em até 144% o preço de frutas, verduras, legumes e hortaliças em Mato Grosso do Sul, no mês de janeiro. Autossuficiente somente na produção de itens folhosos, como alface, rúcula e couve, foi preciso trazer de fora até mesmo esses itens devido às perdas nas lavouras em todo o Brasil.

A informação é do coordenador da Divisão de Mercado da Ceasa/MS (Central de Abastecimento de MS), Cristiano Chaves, que explica que o aumento nos preços, no Estado, é reflexo imediato da diminuição na colheita e, consequentemente, oferta, de produtos de regiões como Sudeste e Sul do país.

Época - "Em determinados períodos, como verão, que vai de dezembro até começo de março, Mato Grosso do Sul acaba tendo que importar grande parte de produtos, principalmente folhosos, porque acaba tendo grande diminuição da oferta", detalha Cristiano.

Analisando essa realidade, nesta terça-feira (26) a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) divulgou o 1º Boletim Prohort de Comercialização de Hortigranjeiros nas Ceasas em 2016. O estudo mostra que a tendência é que esse cenário se mantenha durante o 1º trimestre deste ano, já que a meteorologia indica maior incidência de chuvas para esse período.

Brasil todo - O relatório também indica que a batata registrou altas em todos as Ceasas pesquisadas. E, em MS, 100% desse produto, assim como a cebola, é importado de outros estados. Só o estado de São Paulo é responsável por 40% do abastecimento de Mato Grosso do Sul.

No entanto, o abastecimento do Estado depende de várias regiões. Em dezembro, a maior parte das produções de melancia de MS sofreu quebra de safra e vários municípios não conseguiram produzir, por isso, a Ceasa precisou importar o produto da Bahia.

"Com isso, a melancia que custava R$ 0,80, R$ 0,90, passou a custar R$ 2 o quilo. Isso é imediatamente repassado ao consumidor", amplia o coordenador.

Produtos - O mesmo ocorreu com a batata. "A colheita da batata está concentrada na região Sul do país, nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Lá tem chovido muito e o preço acaba disparando. A batata, que estava R$ 80, R$ 90 o saco de 50 quilos, agora chega a R$ 200, R$ 220", afirma Cristiano. "A cebola, que era comercializada a R$ 3 o quilo, hoje é vendida a R$ 4, R$ 5 o quilo", completa.

O coordenador ainda cita o tomate, que funciona como uma espécie de termômetro da produção. "Se o tomate está muito verde à venda no supermercado é porque estão antecipando a colheita para atender a demanda. Nesses casos, geralmente, o preço está mais caro. Mas se o tomate vendido está bem maduro, o preço está mais baixo. Quanto mais produto na praça, mais em conta estará o preço", finaliza.

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