Chuvas atrasam em 15 dias colheita de soja em lavouras de MS, diz Conab
Outro problema é o volume de 2,5 milhões de toneladas de milho nos armazéns
As chuvas atrasam em aproximadamente 15 dias o ritmo de colheita de soja em Mato Grosso do Sul. Há ainda um problema logístico: nos armazéns, têm cerca de 2,5 milhões de toneladas de milho da safra passada. Para esta safra, está previsto o volume de 8,71 milhões de toneladas de soja.
As informações constam em relatório de acompanhamento da safra de grãos, divulgado nesta quinta-feira (dia 8) pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). De acordo com a entidade, foram colhidas cerca de 6% das áreas com a oleaginosa no Estado, sobretudo nas regiões norte e nordeste.
“A cultura se encontra em diferentes estádios de crescimento e desenvolvimento, mas a grande maioria está em enchimento de grãos e maturação”, descreve a Conab. A companhia acrescenta que parte das lavouras está pronta para a colheita, mas as chuvas diárias têm dificultado a entrada das máquinas. “Haverá atraso da colheita em relação à média histórica”, enfatiza.
Em se tratando de preços e vendas, a Conab informou que a média comercializada em Mato Grosso do Sul é de aproximadamente 36% ; “Há expectativa de valorização por parte dos produtores, impactando e reduzindo a comercialização via contratos futuros”, completa.
Nos armazéns – A Conab nota também que é crescente a movimentação nos armazéns para o escoamento de milho segunda safra, colhido em 2017. A corrida se justifica pela necessidade de liberar espaço a secagem e armazenamento da soja.
“Estima-se que ainda há 2,5 milhões de toneladas de milho segunda safra nos armazéns do estado”, afirma a Conab. “Mas à medida em que a soja vai sendo colhida, o cereal também é escoado num processo coordenado dos armazéns gerais, cooperativas e fazendas, para não impactar no armazenamento da leguminosa”, pondera a companhia.
Doenças – As condições climáticas também tem agravado a ocorrência de algumas pragas, como o percevejos sugadores de vagens, de acordo com o relatório da Conab. “As precipitações diárias afetaram o manejo, ocasionando o atraso na aplicações de fungicidas e inseticidas”, constata.
Outra praga mencionada pela companhia é o percevejo barriga-verde que, “nessa safra, surgiu mais cedo em comparação com a safra anterior”.
Quanto à ferrugem asiática, a doença começou a aparecer em algumas localidades, principalmente na região sul, porém sem danos significativos para as lavouras até o momento, segundo informou a Conab.