Com balneários fechados, turismo em MS olha com descrença para o feriadão
Cidades turísticas em MS têm cancelamento de reservas, mesmo com algumas atividades liberadas pelo decreto
O feriado da Semana Santa sempre foi esperado pelo setor de turismo em Mato Grosso do Sul como oportunidade de hotéis, restaurantes e passeios cheios. Desta vez, com as medidas restrititivas, cidades que costumavam ser o roteiro de descanso do período estão com algumas atividades suspensas e com pouca, ou nenhuma, expectativa para o turista de última hora.
“Não se espera nada deste feriado”, disse o presidente do IDB (Instituto de Desenvolvimento de Bonito), Augusto Mariano. Segundo ele, foram muitos cancelamentos e a rede hoteleira está trabalhando com taxa de ocupação de 10% a 30%, muito aquém dos feriados de Páscoa anteriores ao período pandêmico.
As medidas de biossegurança impostas para conter o avanço desenfreado da covid-19 resultaram no fechamento dos balneários afetando diretamente o turismo em Bonito, Jardim e Bodoquena. As localidades eram o principal chamariz do turista residente em Mato Grosso do Sul pela praticidade e no quesito custo x benefício.
O gerente da Acqua Viagem, Rafael Paiva reconhece que seria difícil o controle de pessoas dentro dos balneários, mas que ainda há opções de passeios disponíveis, cercado de medidas sanitárias restritivas.
Paiva explica que as cachoeiras e as flutuações estão liberadas, como o Aquário Natural, feito no rio Baía Bonita, rio Sucuri, Barra do Sucuri, Nascente Azul, além do passeio na Gruta do Lago Azul. Porém, o decreto estadual restringiu ainda mais o percentual permitido de visitantes.
“Se antes era de 60%, com novo decreto isso caiu ainda mais, foi a redução da redução”, disse Paiva, explicando que passou para metade disso. A Gruta do Lago Azul, por exemplo, que poderia receber 220 turistas por grupo, agora opera com 54.
Por conta disso, ele alerta da necessidade de ligar com antecedência mínima de um dia para fazer reserva, aviso que vale principalmente para o morador de MS. “Pelo fato de estar perto, não procura antes, é bom dar ligada”, disse.
O valor das flutuações depende do local e varia de R$ 180 a R$ 210. No caso das cachoeiras, R$ 120 a R$ 211.
O viajante de última hora é a expectativa cautelosa de Liliane Cascais, proprietária a Bonito Brasil Tour. Segundo ela, é preciso ter mínimo de planejamento já que, no fim de semana, para cumprir o toque de recolher às 16h, alguns dos atrativos devem ser visitados no período da manhã para maior aproveitamento. “Há casos do último grupo sair às 11h para logo finalizar e voltar para a cidade”, disse. O tempo também é importante para que os funcionários do setor também possam voltar para casa e não descumprir a medida sanitária. Liliane acredita que procura possa aumentar a partir da tarde de amanhã ou no sábado.
Para o empresário Alessandro Correa, proprietário da Bella Tour, em Bodoquena, hoje foi dia apenas de avisar a quem ligasse que todos os atrativos estão fechados, tanto os balneários como os dois principais locais, a Boca da Onça e a Cachoeira Serra da Bodoquena. Com o feriado perdido, a expectativa é flexibilização a partir da próxima semana. “Vai voltar ao normal, quer dizer, o normal com os protocolos de segurança”.