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Economia

Com economia de R$ 110 por tanque, abastecer com etanol está mais vantajoso

Para o valor, foi considerado carro popular com capacidade de 55 litros, levando em conta o preço médio da ANP

Izabela Cavalcanti | 08/09/2023 12:08
Placa mostra diferença do preço do etanol e gasolina, no posto Alloy, na Avenida Fernando Corrêa esquina com a Rua 14 de Julho (Foto: Marcos Maluf)
Placa mostra diferença do preço do etanol e gasolina, no posto Alloy, na Avenida Fernando Corrêa esquina com a Rua 14 de Julho (Foto: Marcos Maluf)

O etanol ainda continua mais vantajoso que a gasolina na hora de pagar. Por isso, esse tem sido a preferência dos motoristas que dirigem pelas ruas de Campo Grande, que conseguem economizar até R$ 110 no mês por cada tanque cheio.

Conforme dados da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o preço médio do etanol vendido em Campo Grande está R$ 3,55, enquanto a gasolina comum custa R$ 5,55.

Considerando um carro popular com capacidade de 55 litros, o motorista gastaria R$ 305,25 para abastecer com gasolina uma única vez e R$ 195,25 para encher o tanque com etanol.

O servidor público Marcio Hirramoto, de 52 anos, optou por mudar o tipo de combustível usado. Após fazer várias contas sobre o que é mais vantajoso, ele mudou para o etanol.

Servidor público Marcio Hirramoto abastece com etanol (Foto: Marcos Maluf)
Servidor público Marcio Hirramoto abastece com etanol (Foto: Marcos Maluf)

“Nas últimas três vezes, abasteci com etanol, fiz os cálculos e vi que a diferença é boa. Com a gasolina, eu conseguia andar uma semana com R$ 100 e no etanol, com o mesmo preço, consigo andar mais que uma semana. Fiz a regra dos 70% e vi que valia mais a pena”, disse. No caso dele, que tem um Volkswagem Fox, a economia por mês fica em torno de R$ 100.

A vendedora Ilma Gabriela, de 35 anos, conta que com R$ 50 conseguia rodar com o carro por quatro dias e com o etanol até uma semana.

“Agora, estou com gasolina aditivada para melhor funcionamento do carro. Mas entre a gasolina e o álcool, o álcool é mais econômico. Com R$ 50 conseguia rodar até uma semana”, pontuou.

O técnico de telecomunicação Thiago Gomes, de 35 anos, mudou para o etanol depois do último aumento da gasolina. "Depois do aumento que teve da gasolina, passei a abastecer com etanol. Abasteço R$ 50 por dia e notei diferença de 20 km".

Thiago Gomes abastece com álcool, no posto Alloy (Foto: Marcos Maluf)
Thiago Gomes abastece com álcool, no posto Alloy (Foto: Marcos Maluf)

A prática também tem feito diferença em meio aos motoristas de aplicativo. O presidente da Applic/MS (Associação de Parceiros de Aplicativos de Transporte de Passageiros e Motorista Autônomo de Mato Grosso do Sul), Paulo Pinheiro, confirma que tem sido algo mais viável para a categoria.

“Depende muito das horas trabalhadas de cada profissional, mas a prática ainda continua. Ainda é viável abastecer com o etanol, tem que fazer bem as contas, procurar saber onde tem o etanol mais barato, para isso, os motoristas conversam entre si. Se colocar na ponta do lápis, ainda compensa”, disse.

O motorista de aplicativo Alfredo Orlando Machado tem o carro adaptado ao GNV (Gás Natural Veicular), mas também usa etanol.

Um dos motivos que ele opta pelo álcool é justamente pelo preço. “É muito mais barato. Compensa mais do que a gasolina e as funções que o etanol desenvolve no carro são as mesmas do que a gasolina, então, se tem o mesmo produto que traz as mesmas funcionalidades e ele é mais barato, eu prefiro usar o mais barato”, destacou.

Regra dos 70% - Usando a matemática, existe a regra de 70%, na qual o litro do etanol não pode ser superior ao da gasolina.

A conta é simples. É necessário dividir o preço médio do etanol pelo da gasolina. Se o resultado for menor, o combustível vale mais a pena. Neste caso, o resultado foi 0,63 para o etanol, ficando abaixo de 70% ou 0,7.

O economista Odirlei Fernando Dal Moro explica como isso funciona na prática.

A maioria dos veículos quando abastecidos com álcool rendem 70% do que renderiam se fossem abastecidos com gasolina. Ou seja, se com 1 litro de gasolina, o carro faz 10 km na cidade, sabe-se que no álcool faz 7 km com um litro. Para compensar o álcool, ele tem que custar até 70% do preço da gasolina. Vale a pena o motorista ficar de olho nessa relação sim”, destacou Dal Moro.

Apesar de a conta dar um “norte” sobre o que vale mais a pena, o economista lembra sobre outros fatores que devem ser levados em consideração, como a forma que o motorista dirige, o volume de trânsito, se está dirigindo na cidade ou na estrada, as condições do carro, a calibragem dos pneus, o uso do ar-condicionado do carro também ajuda a render menos, se é um carro automático ou de câmbio manual e a potência do motor.

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