Com medo de privatização, funcionários da MSGás fazem paralisação
Funcionários da MSGás paralisaram as atividades nesta terça-feira (3) contra os estudos conduzidos pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) que, segundo eles, podem levar à privatização da companhia. O movimento acompanha protestos em todo o país no chamado Dia de Luta pela Soberania Nacional, contrário às concessões de empresas públicas.
Os trabalhadores estão em frente à sede da unidade, na Avenida Ministro João Arinos, e às 9h30 seguem para a Assembleia Legislativa, onde participam da sessão ordinária.
Elvio Vargas, presidente do Sinergia (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria e Comércio de Energia), afirma que um dos membros do grupo ocupará a tribuna para expor dados financeiros da estatal para mostrar que ela não dá prejuízo aos cofres públicos, não tendo sentido a venda dos ativos.
Tiago Andreotti é advogado e funcionário da MS Gás. Ele diz que os funcionários foram surpreendidos com o edital para estudo de privatização aberto em julho. “Esse processo, nós ficamos sabendo de um dia para o outro, com a publicação do edital. Não houve uma conversa”, pontua.
Ele procurou o secretário de Governo e Gestão Estratégica, Eduardo Riedel, para conversar sobre o assunto. O chefe da pasta teria dito que manter a MSGás sob o domínio público poderia ser inviável, já que o futuro do mercado do gás é imprevisível.
Publicamente, Riedel ou qualquer outro gestor ligado ao governo confirma a intenção em privatizar a companhia. Oficialmente, o BNDES está fazendo estudos que mostrarão a viabilidade da concessão, mas a decisão ainda não foi tomada.
Os manifestantes estão distribuindo um folheto com a comparação entre os balanços financeiros de 2015 e 2016 que apontam lucro líquido de 154% e um crescimento acima de 40% na distribuição do gás natural. “É uma empresa pequena e que dá lucro ao governo, mas nós não vemos motivo para privatização”, completa Tiago.
A equipe de reportagem do Campo Grande News entrou em contato com a assessoria de imprensa da MSGás, mas não houve retorno sobre a paralisação até a publicação desta reportagem.
O governador Reinaldo Azambuja tem dito que o governo pretende fazer parcerias público-privada para captar investimento de empresas à MSGás.