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Economia

Com queda no preço da carne, Capital tem a primeira deflação em 47 meses

Variação dos preços foi de -0,15%, a menor desde julho de 2013

Osvaldo Júnior | 06/07/2017 16:39
Carne está mais barata nos açougues de Campo Grande (Foto: Alcides Neto)
Carne está mais barata nos açougues de Campo Grande (Foto: Alcides Neto)

A crise do mercado de carne bovina chegou às gôndolas dos supermercados e açougues e puxou para baixo os preços em Campo Grande. Com forte contribuição do segmento de carne, a Capital encerrou junho com deflação de 0,15%. É o primeiro resultado negativo em quase 50 meses – a redução anterior foi verificada em julho de 2013 (-0,35%).

Os números são do IPC/CG (Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande), divulgado nesta quinta-feira (dia 06) pelo Nepes (Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais) da Uniderp. Conforme a série histórica, a deflação de junho é a primeira em 47 meses. Na comparação com igual período, o índice é o menor desde junho de 2011 (-0,19%).

A carne bovina – alimento que ganhou espaço nos noticiários com as delações dos donos do grupo JBS envolvendo políticos de Mato Grosso do Sul e de todo o País – contabilizou queda nos preços de até 10,81%. Esta variação corresponde aos valores do coxão mole.

Todos os 15 cortes considerados no levantamento apresentaram redução nos preços. As mais significativas, depois da deflação do coxão mole, são as do patinho (-9,33%), acém (-6,04%), contrafilé (-5,36%), lagarto (-4,90%) e costela (-4,64%).

A redução dos preços da carne bovina – produto de peso no orçamento doméstico e, portanto, no cálculo da inflação – contribuiu para o resultado negativo no grupo da alimentação (-0,42%). Nesse grupo, também apresentaram quedas expressivas a laranja pera (-22,81%), a cenoura (-13,49%), a cebola (-12,69%) e o milho (-12,19%).

O grupo de transportes apresentou deflação ainda mais acentuada (-1,05%). O índice resultou, sobretudo, da retração dos preços da gasolina (-2,82%) e do etanol (-2,91%).

Apenas dois grupos – despesas pessoais (0,89%) e vestuário (0,40%) – apresentaram alta de preços. Os demais grupos fecharam o mês com as seguintes variações: saúde (-0,05%), educação (-0,12%) e habitação (-0,04%).

Acumulados – A inflação em Campo Grande em 2017 está abaixo da média dos anos anteriores. Em janeiro, o índice foi de 0,43%, o menor para esse mês desde 2009; em fevereiro, março e abril, foram, respectivamente, de 0,27%, 0,32% e de 0,31%, os valores mais baixos para esses meses desde 2013; e, em maio, de 0,10%, a menor variação para o período desde 2007.

Com níveis baixos, a inflação acumulada, neste ano, está em 3,19%, abaixo do centro da meta estabelecida pelo CNM (Conselho Monetário Nacional), que é de 4,5%. Em 12 meses, o acumulado é de 3,19%.

A expectativa do coordenador do Nepes, Celso Correia de Souza, é que os índices continuem baixos. “Nos próximos meses, esperamos que a inflação continue em patamares bem baixos, propiciando decréscimo dos juros e a retomada do crescimento econômico pelo país”, analisa o pesquisador.

Com queda no preço da carne, Capital tem a primeira deflação em 47 meses
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