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Economia

Contas de água e luz somam as maiores dívidas em atraso na região

Renata Volpe Haddad | 23/07/2015 18:47
Presidente do SPC Brasil, explica que número de endividamento diminuiu em 2015, mas a inadimplência aumentou.  (Foto: Marcos Ermínio)
Presidente do SPC Brasil, explica que número de endividamento diminuiu em 2015, mas a inadimplência aumentou. (Foto: Marcos Ermínio)

O reajuste extraordinário nas contas de água e luz neste ano, tem pesado no bolso dos consumidores e resulta nas maiores dívidas em atraso dos moradores da região Centro-Oeste que teve um crescimento anual de 76,14%, de acordo com dados do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) Brasil.

No país, a abertura de débitos por setor de água e luz, mostrou varação de 15,61%, maior alta anual do número de pendências.

Outro fator que tem contribuído para que o número de inadimplentes cresça no Brasil, é o uso do cartão de crédito. Porém, a quantidade de consumidores endividados diminuiu, dado preocupante, conforme o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior.

Esses fatores explicam que as pessoas estão com dificuldades de pagar suas contas e acabam utilizando o crédito rotativo, do cartão de crédito. "Os consumidores não sabem que o uso do cartão é uma areia movediça, os juros que são cobrados no rotativo do cartão são absurdamente altos e quando se deixa acumular, não conseguem quitar essa dívida", explica o presidente.

A inflação alta é outro fator que tem tomado o poder de compra dos brasileiros. Conforme Pellizzaro, depois de honrar com os pagamentos das contas mensais, os consumidores utilizavam o que restava do salário para gastar com coisas supérfluas. "Mas as inflação está avançando e consumindo o uso do dinheiro para o lazer, e isso acarreta no endividamento", informa.

Cenário - Não há perspectiva de melhoria no cenário de inadimplência em 2016, de acordo com o presidente. As projeções de crescimento para o PIB (Produto Interno Bruto), para o ano que vem, estão próximos de zero. "Isso porque a base comparativa que é o ano anterior, é fraca. Pode-se dizer que apenas em 2017, os consumidores poderão respirar melhor", avalia.

Porém, a perspectiva é de que a inadimplência para o próximo ano não se compare com 2015. "É um processo cíclico, pois a inadimplência só acontece quando se compra meses antes. Só que o uso do crédito também será menor em 2016, pois a taxa de juros estão altas", conclui.

Números – Conforme dados do SPC, a região Centro-Oeste teve aumento de 0,66% em junho no número de inadimplentes, a maior alta desde 2011, para o mês. Em comparação com o mesmo período do ano passado, a região aparece com a maior alta na quantidade de devedores do país, com 5,75%.

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