Destaques no PIB nacional, construção e serviços cresceram também na Capital
Produto Interno Bruto encerrou 2021 com crescimento de 4,6% no País
O ano de 2021 foi um período de crescimento para muitas empresas de diferentes setores do País. O bom desempenho foi registrado, principalmente, nos três últimos meses, quando o Produto Interno Bruto (PIB) avançou 0,5%, encerrando o ciclo com alta de 4,6% e R$ 8,7 trilhões.
Um dos principais segmentos econômicos de Campo Grande, os serviços foram um dos responsáveis pela alta do PIB. No País, o segmento aumentou 4,7%. Na Capital, mesmo tendo crescido menos em razão da inflação, o ano foi considerado positivo.
Se considerado o crescimento “bruto”, a porcentagem atingiu 12,5%. No entanto, diminuindo os 10,5% do índice da inflação, o crescimento fecha em 2%. “O que tem judiado
muito do setor é justamente a ausência de crédito e preço do dólar e inflação. Mas 2020 foi infinitamente pior”, explica o presidente da CDL (Câmara dos Dirigentes Logistas de Campo Grande), Adelaido Vila.
“É o principal setor economicamente ativo aqui. O que acontece é que essa situação de melhora não foi percebida, em termos de números financeiros. O crescimento foi significativo principalmente nos setores mais primários, como supermercados, os mais básicos”, continua.
Além desses, um fenômeno que cresceu e se destacou na Capital durante a pandemia teve grande importância para o desenvolvimento positivo, já que muitas mulheres tiveram que deixar os empregos e ficar mais em casa e acabaram entrando no mundo do empreendedorismo.
“O setor de serviços está muito relacionado a covid. Muitas mulheres voltaram para dentro de casa, porque não tinham onde deixar seus filhos e se tornaram empreendedoras. Isso acontece muito fortemente em Campo Grande, ela vai e presta um serviço”, relata Vila.
Empreendedora há mais de 20 anos, Leni Fernandes conta que quem conseguiu se reinventar e acompanhar as mudanças nos comportamentos consumidores se deu bem em 2021.
“De abril para cá, já começou a ficar bom, porque nós tivemos que inovar, com vendas de WhatsApp e programadas, por exemplo. As pessoas ficaram mais seletivas, então teve uma mudança de comportamento do consumidor e, automaticamente, o empresário que não inovou, não vendeu bem.”
Para ela, a pandemia provocou mudanças profundas. “As pessoas querem história ao dar um presente, por exemplo, que mexem com o sentimento”, expõe a empresária, que está à frente das lojas Badulaque, Inel Classic, Prata e Cia e Adega e Bistrô.
Outro setor que foi bastante impactado durante a pandemia e, no ano passado, se destacou no PIB nacional, foi o da construção, que alavancou o segmento industrial. No País, depois de cair 6,3% em 2020, o segmento subiu 9,7% em 2021.
Em Campo Grande, empresas do cenário registraram essas mudanças positivas. Segundo a gerente regional da construtora Plaenge Empreendimentos, Valéria Gabas, o crescimento da empresa, em receita, foi de 30% ao longo do ano passado.
“O crescimento da construção civil foi resultado de um bom cenário no mercado imobiliário em expansão. Uma série de fatores contribuem, como as taxas de juros favoráveis aos financiamentos, as vendas de unidades em estoques e a valorização do lar como espaço de conforto, bem-estar e segurança”, explica.
Taxas favoráveis de juros também foi considerado ponto importante para o desempenho da Perez Imóveis. “A gente percebe que a configuração econômica como um todo favoreceu muito esse crescimento. A gente conviveu com um cenário de juros bastante atraente. Agora, a gente já vê os juros a 10%, mas já vimos a 2%, o que fomenta o mercado imobiliário”, afirma o empresário Renato Perez.
Ele acredita que, em Mato Grosso do Sul, o crescimento também tem a ver com visibilidade nacional. “Muitas construções, condomínios fechados, a chegada de novos operadores do comércio também contribuiu. Passamos a ser vistos mais, acho que esse é ponto, mais gente quer investir na região. A gente espera que neste ano, com um cenário mais estável e o fim da guerra, a taxa de juros caia.”
Outros setores – Ao lado dos serviços, o comércio também influenciou no crescimento do PIB, com 5,5%. Também se destacaram as atividades imobiliárias (2,2%), administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade sociais (1,5%) e atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (0,7%).
Já a agropecuária teve queda de 0,2% e a eletricidade, gás, água, esgoto, gestão de resíduos de 0,1%, impactados, principalmente, pela crise hídrica.