Em assinatura de decreto, secretário confirma novo projeto de ferrovia estadual
Jaime Verruck (Semadesc) disse que a empresa Arauco vai apresentar projeto para construir ramal ferroviário
Durante cerimônia de assinatura para execução das obras de acesso à ponte Bioceânica, na manhã desta terça-feira (19), em Campo Grande, o governador Eduardo Riedel (PSDB) assinou decreto de regulamentação do sistema ferroviário em Mato Grosso do Sul, permitindo que empresas possam construir ramais mediante autorização do governo estadual. Entre as interessadas está a indústria chilena Arauco, do ramo de celulose.
A análise de cada pedido será feita em 30 dias. Já a exploração das ferrovias vai ser formalizada por meio de contrato de adesão podendo ter entre 25 e 99 anos. Medida que pode ser tomada com uma mudança na Constituição Federal em dezembro 2021, dando autonomia aos Estados em relação ao setor ferroviário.
Com isso, Jaime Verruck, secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, anunciou um projeto a ser protocolado no próximos dias pela Arauco, que a partir de 2028 começa a operar em Inocência com produção de 2,57 milhões de toneladas ao ano.
"Com o decreto a Arauco vai iniciar o processo de solicitação de autorização para a construção do seu ramal ferroviário, seguindo o cronograma do Projeto Sucuriú", disse Theofilo Militão, gerente executivo de ESG & Relações Institucionais da empresa.
Para facilitar o escoamento, a multinacional quer construir um trecho de ferrovia de 47 quilômetros pela Malha Norte, que tem ao todo 1.724 quilômetros em Mato Grosso do Sul.
A Ferronorte, como também é chamada, passa por aqui e pelo vizinho Mato Grosso. Com um total de 735 quilômetros de extensão, vai de Rondonópolis (MT) até a cidade de Aparecida do Taboado (MS), onde faz conexão com a ponte rodoferroviária e a Malha Paulista, tendo ligação com o Porto de Santos (SP), um dos principais pontos de saída da produção brasileira para o mercado exterior.
O governo estadual faz a análise do projeto para o novo trecho e dá a autorização que até então só a União poderia fazer. "É um projeto inovador porque pela primeira vez o Estado tem competência para fazer isso. A Arauco que vai investir, vai fazer a desapropriação dessas áreas, vai pagar e fazer a construção dessa ferrovia", detalhou Jaime Verruck.
O secretário já faz cálculos do avanço na logística. "Vamos tirar por dia 150 caminhões de cima de uma rodovia. O Estado fica mais competitivo, vai vender mais celulose. Haverá redução de custos e para cada vagão, dez caminhões serão tirados da rodovia", explica.
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