Em MS metade das calorias da mesa da população vem de produtos in natura
Na mesa dos sul-mato-grossenses pelo menos metade das calorias totais disponíveis para consumo no domicílio vem de alimentos in natura ou minimamente processados. Os dados são da Pesquisa de Orçamento Familiar do IBGE que traz os hábitos alimentares da população brasileira.
O levantamento mostra que 50,6% das calorias provém de alimentos in natura ou minimamente processados (obtidos diretamente de plantas e animais, como, por exemplo: arroz, carnes e leite), 24,6% de ingredientes culinários processados (substâncias extraídas do grupo anterior e usadas em preparações culinárias, tais como: sal, açúcar de mesa), 8,4% de alimentos processados (fabricados com a adição de itens dos dois grupos anteriores, tais como conservas de legumes e extrato de tomate), e 16,4% de alimentos ultraprocessados (fabricados com vários ingredientes e usando técnicas industriais, como, por exemplo: biscoitos, doces, misturas para bolo, alimentos instantâneos e/ou congelados, refrigerantes, embutidos, pães de forma e bebidas alcoólicas).
Na avaliação do nutricionista Emerson Duarte,a população sul-mato-grossense esta aderindo hábitos cada vez mais saudáveis, fazendo substituição do seu cardápio. “As pessoas estão levando a mesa alimentos mais in natura, menos industrializados. Isso nos leva a crer que o nosso Estado possa cair no ranking de um dos estados do Brasil com maiores números de adultos obesos e doenças relacionadas a obesidade como a hipertensão”, comenta o nutricionista. Mas ainda o caminho é longo, destaca o especialista.
A evolução da disponibilidade domiciliar de alimentos no Brasil, estimada com base nas POFs realizadas em 2002- 2003, 2008-2009 e 2017-1018, indica que alimentos in natura ou minimamente processados e ingredientes culinários processados vêm perdendo espaço para alimentos processados e, sobretudo, para alimentos ultraprocessados.
Dentre os alimentos in natura e minimamente processados, o arroz correspondeu a 19,5% das calorias totais, vindo, a seguir, a carne bovina que dá ao Estado a primeira posição no país, com 5,7% da energia adquirida, o Leite, com 4,9%, e, com 3,5%, o feijão. Dos ingredientes culinários processados, o Óleo vegetal correspondeu a quase 14,8% das calorias totais, seguido pelo Açúcar, com 9,1%. Já entre os alimentos processados, o de maior contribuição para as calorias totais foi o Pão (5,9% das calorias totais), seguido de Queijos e bebidas alcóolicas (0,9%). Destacam-se entre os alimentos ultraprocessados os Frios e embutidos (2,6%), Biscoitos e doces (1,6%), Margarina (1,6%), Bebidas adoçadas carbonatadas (1,2%), Doces em geral (1,3%), Bolos e tortas doces (1,2%), Biscoitos salgados (0,9%), Pães (0,7%), e Chocolate (0,9%).
Quanto às carnes e ovos, as famílias de MS tem na proteína animal uma importante fonte das calorias de sua alimentação. Se considerada a soma de carne bovina, carne de aves, carne suína, peixes e ovos, tem-se a participação de 11% no total de calorias adquirido pela aquisição alimentar.
Hábitos mais saudáveis – O nutricionista destaca que apesar de dados ainda mostram que metade da alimentação é processada, sempre é hora de mudar os hábitos. “Estamos caminhando bem. Mas fica um alerta! Mas ainda não deixamos de lado alimentos ultraprocessados como temperos, e conservas, tem também os biscoitos simples, biscoitos recheados, bebidas açucaradas, achocolatados e outros, o que nos deixa preocupado, pois a maior fatia da população que consome estes alimentos são as crianças”, alertou.
Ainda é muito comum nos depararmos com crianças se alimentando de salgadinhos, bebidas ricas em açúcares, corantes e conservantes e alimentos ricos em sódio, acrescenta o especialista.
Diante disso ele faz um alerta aos pais. “Aproveitem o momento em que estamos passando de quarentena onde conseguirmos ter um cuidado maior com as crianças, para inserir alimentos mais saudáveis. Esta é a hora certa”, concluiu.