ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
DEZEMBRO, SEGUNDA  23    CAMPO GRANDE 28º

Economia

Em queda livre, importação de gás natural voltou aos níveis de 2004

Redução da compra do produto impacta na receita de ICMS de Mato Grosso do Sul

Osvaldo Júnior | 06/07/2017 15:05
Ramal de gás natural em Campo Grande (Foto: Arquivo)
Ramal de gás natural em Campo Grande (Foto: Arquivo)

O volume de gás natural boliviano que entra no Brasil por Mato Grosso do Sul atualmente está nos meses patamares de 13 anos atrás. De acordo com o Alice Web (Sistema de Análise das Informações de Comércio), do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), a importação do produto recuou 27% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2016. Queda na compra do gás significa, na contabilidade do Estado, retração de receita.

No acumulado de janeiro a junho, foram importados 2,94 milhões de toneladas (unidade de grandeza usada pelo MDIC) de gás natural da Bolívia. Em iguais meses do ano passado, a compra totalizou 4,08 milhões de toneladas. O valor correspondente a essa movimentação diminuiu de US$ 690,06 milhões para US$ 515,88 milhões, vairação de -25,24%. A retração só não foi maior, devido à valorização cambial.

Recuando na série histórica do levantamento, é possível mensurar o esfriamento da compra do gás: o volume de 2017, na comparação com os resultados do primeiro semestre de cada ano, é o menor desde 2005 (3,37 milhões de toneladas). Em 2004, a importação somou, de janeiro a junho, 2,51 milhões de toneladas.

A trajetória dos montantes comercializados acompanha a queda do volume importado. O valor de US$ 515,88 mihões contabilizados no primeiro semestre deste ano é o menor para o período em 12 anos – apenas em 2005, com US$ 302,78 milhões, a cifra foi inferior à de 2017. De 2010 a 2015, todos os resultados, no acumulado dos seis primeiros meses, ficaram acima da casa de US$ 1 bilhão.

ICMS – A redução da entrada de gás natural em Mato Grosso do Sul impacta nos cofres do governo estadual. O peso do tributo incidente sobre o gás, mesmo em queda, representa parcela considerável do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestaçãod e Serviços).

Atualmente, a receita tributária com o gás corresponde a 10,73% (no acumulado de janeiro a maio) da arrecadação de ICMS. No entanto, essa participação era maior. No ano passado, no mesmo período, era de 14,45%. Em 2014 (ano todo), a parcela era de 18,18% e, em 2015 (também no total), de 16,6%.

A queda de participação tributária do gás resulta de retração de 27,5% (até maio) na receita do ICMS do produto. Nos cinco primeiros meses deste ano, foram arrecadados R$ 319.637.221 e, em igual período de 2016, foram R$ 441.219.543. Em valor absoluto, o recuo é de R$ 121.582.322.

Em queda livre, importação de gás natural voltou aos níveis de 2004
Nos siga no Google Notícias