Estiagem liga sinal amarelo nas lavouras de MS, avalia Aprosoja
Falta de chuva principalmente na região sul do estado ocorre no período de enchimento de grão, o que gera mais preocupação
Levantamento da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul) ligou o sinal de alerta por causa da estiagem que castiga principalmente lavouras da região sul do estado, onde as perdas já são consideradas pelos agricultores, conforme o Campo Grande News mostrou nesta terça-feira (18).
Conforme a entidade, a preocupação é maior em regiões produtoras onde há 20 dias não chove, como ocorre em na Grande Dourados.
Segundo relatório da Aprosoja, a safra na região norte está mais adiantada em relação à fronteira devido ao volume de chuvas no período de semeadura, que estimulou a extensão do plantio.
“As propriedades mais impactadas pela estiagem estão ao sul do estado, podendo potencializar a problemática àqueles produtores que praticaram o plantio entre a segunda quinzena de setembro até primeira semana de outubro, e estão há mais de 15 dias sem chuvas”, afirma a Aprosoja.
“Acendemos o sinal amarelo. Existe sim uma preocupação com essa estiagem, por ela atacar justamente no período de enchimento de grão. Mas registros oficiais de perdas ainda dependem de maior tempo de avaliação, já que nos referimos a diferentes pontos geográficos, com precipitações distintas”, firmou o diretor executivo da Aprosoja/MS, Frederico Azevedo.
Segundo ele, a NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional), dos Estados Unidos, aponta para possibilidade de chuvas nos próximos dias, o que pode tornar o impacto uma situação pontual. “Ainda é cedo para alarmar os produtores, mas há uma preocupação real com perdas mais localizadas”.
Para o vice-presidente da associação, André Dobashi, agricultores que empregam tecnologias, como o plantio direto, podem ter o impacto da estiagem reduzido. “As lavouras com maior perfil de solo, com manejos mais antigos e com maior massa de plantio direto podem sentir menos a estiagem, uma vez que conseguem reter mais a umidade durante esse tempo”.
Na avaliação da Aprosoja, além da falta de chuvas, as altas temperaturas estimulam o alerta aos agricultores. “Em dias com temperaturas acima de 33ºC, ventos acentuando a sensação térmica e tempo de luminosidade alta, teremos agravamento da situação”, afirma Dobashi.