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Economia

Falta gasolina em 60% dos postos de combustíveis de Campo Grande

Protesto afeta o abastecimento na Capital e cidade corre o risco de desabastecimento

Ricardo Campos Jr. e MIriam Machado | 25/05/2018 08:22
Posto sem gasolina amanheceu vazio nesta sexta (Foto: Miriam Machado)
Posto sem gasolina amanheceu vazio nesta sexta (Foto: Miriam Machado)

O Sinpetro (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e Lojas de Conveniência de Mato Grosso do Sul) estima que 60% dos postos de Campo Grande estão sem gasolina nesta sexta-feira (25). 

Segundo a entidade, a base que repõe os estoques dos postos tem combustível, mas os caminhões-tanque não conseguiram deixar o local porque Ubers estavam bloqueando os portões em protesto contra os aumentos nesses produtos, engrossando o coro dos caminhoneiros que estão fazendo o mesmo nas estradas.

O Sinpetro afirma que entrou com pedido na Justiça para que eles sejam obrigados a liberar o local. 

Esse desabastecimento tende a aumentar no decorrer do dia. O posto Nossa Senhora da Conceição, localizado na Rua Eduardo Santos Pereira, só tinha gasolina em uma das bombas e os motoristas que têm carros flex estão optando pelo etanol para não correrem o risco de ficarem a pé.

Posto retira preço da gasolina da placa porque produto está em falta (Foto: Miriam Machado)
Posto retira preço da gasolina da placa porque produto está em falta (Foto: Miriam Machado)

No posto da rede Kátia Locatelli da Avenida Costa e Silva, a gasolina estocada também está acabando e há filas para encher os tanques. O posto Tereré, que fica nos altos da Avenida Afonso Pena, só tem à disposição dos clientes produtos aditivados, que custam R$ 4,34 e R$ 5,89.

O posto Aliança, na Avenida Mato Grosso, só tem gás GNV. O Milênio, na esquina das ruas Bahia e Eduardo Santos Pereira, só tem diesel e o Posto Master, na Calógeras, só tem etanol.

Entre os postos ouvidos pelo Campo Grande News, estão completamente zerados o Posto Itanhangá (Rua Joaquim Murtinho) e Posto Mediterrâneo (Rua 14 de Julho). A reportagem obteve informações de que o Posto APN (Rui Barbosa), Posto São Judas Tadeu (Rua da Divisão) e o Posto BHG (Avenida Bandeirantes) também estão sem combustível.

Persistência - Mesmo após acordo com o governo federal, anunciado na noite de ontem (25), os caminhoneiros mantêm 37 pontos de interdição em rodovias federais de Mato Grosso do Sul. Apenas em Guia Lopes da Laguna, distante 227 quilômetros da Capital, o protesto foi desmobilizado.

Na BR-163, uma das mais movimentadas do Estado, há interdição em Mundo Novo (km 20), Eldorado (km 39), Naviraí (km 117), Caarapó (km 206), Dourados (km 256, 266 e 281), Douradina (km 288), Rio Brilhante (km 323), Campo Grande (km 462, km 477 e km 492), Bandeirantes (km 550), São Gabriel do Oeste (km 614 e 618), Rio Verde de Mato Grosso (km 678), Coxim (km 730) e Sonora (km 812 e km 837), onde o tráfego de veículos de passeio está livre.

Posto de gasolina sem estoque (Foto: Miriam Machado)
Posto de gasolina sem estoque (Foto: Miriam Machado)

Acordo - Ontem, após sete horas de reunião, representantes do governo e entidades de caminhoneiros, anunciaram a suspensão, por 15 dias, das interdições nas rodovias do país.

Em troca, a Petrobras mantém a redução de 10% no valor do diesel nas refinarias por 30 dias enquanto o governo costura formas de reduzir os preços. A Petrobras mantém o compromisso de custear esse desconto, estimado em R$ 350 milhões, nos primeiros 15 dias. Os próximos 15 dias serão patrocinados pela União.

Bloqueio de caminhoneiros nesta sexta em rodovia de MS (Foto: Saul Schramm)
Bloqueio de caminhoneiros nesta sexta em rodovia de MS (Foto: Saul Schramm)
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