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Economia

Funcionários demitidos aguardam proposta para receber rescisão

Mariana Rodrigues | 29/05/2015 18:17
Segundo o Sindicato que atende a categoria, cerca de 20 funcionários esperam por um acordo. (Foto: Marcelo Calazans)
Segundo o Sindicato que atende a categoria, cerca de 20 funcionários esperam por um acordo. (Foto: Marcelo Calazans)

Enfrentando uma crise financeira há quase seis meses, a rede de drogarias São Bento demitiu dezenas de funcionários neste ano após o fechamento de seis lojas, segundo informações da empresa. Porém o Sinprafarms (Sindicato dos Oficiais Práticos e Funcionários de Farmácia de Drogarias do Estado), informou que esse número pode ser ainda maior já que em média, 20 funcionários esperam por um acordo alegando não ter recebido as verbas rescisórias.

Um dos funcionários, Edmilson da Silva Dionísio, 20 anos, contou à reportagem do Campo Grande News, que foi demitido no começo deste mês devido ao fechamento da loja em que trabalhava na vila Palmira, em Campo Grande. Segundo ele, a demissão teria sido para cortar gastos. "Me perguntaram se eu queria ir para outra loja, mas como já sabia da situação financeira da Rede, decidi não ir, ao tomar essa decisão o supervisor da farmácia me orientou a não sair, pois o momento não era bom", alegou.

Edmilson trabalhou dois anos na São Bento, ele conta que chegou para trabalhar e encontrou a loja fechada. "Eles chegaram bem cedo e fecharam a loja, como eu trabalhava no período da tarde, cheguei e encontrei as portas fechadas". O ex-funcionário reclama por não ter recebido o valor referente a sua rescisão e teme não conseguir receber. "Não sei se eles poderão me pagar certinho", falou.

Paulo Frejat da Silva Costa, 26 anos, trabalhou por oito anos na Rede São Bento e foi demitido no dia 6 de maio. "O motivo que eles me deram para a demissão foi que estavam cortando gastos". Paulo afirma ainda que tentou acordo com a empresa, mas sem sucesso. "O que se comenta entre os funcionários demitidos, é que eles pretendem fazer o pagamento em parcelas de até 12 vezes, isso é um absurdo".

"Eles alegam que estão pagando os funcionários que ainda trabalham nas lojas em dia, mas quem foi demitido ainda não recebeu. Eu tenho um monte de contas para pagar, tem a pensão do meu filho, não sei o que vou fazer".

Negociação - O presidente do Sinprafarms (Sindicato dos Oficiais Práticos e Funcionários de Farmácia de Drogarias do Estado), Heitor Scarpellini Urunaga, informou que na próxima semana será realizada uma assembleia com os ex-funcionários, onde será apresentada a proposta da empresa, porém ele não quis adiantar como será a forma de pagamento.

Heitor diz ainda, que a empresa não foi notificada pelo fato desses trabalhadores não terem salários atrasados. "Até o dia da demissão, o pagamento deles estavam em dia, inclusive os encargos fiscais foram pagos", comentou.
De acordo com o presidente do Sindicato, agora os trabalhadores terão que decidir em assembleia se aceitam ou não a proposta que a empresa vai apresentar na próxima semana. "Se eles aceitarem, o pagamento será feito de imediato", afirmou.

Recuperação judicial - O Grupo São Bento está em recuperação judicial há cinco meses. Até o momento seis lojas foram fechadas em Campo Grande, segundo a empresa. Eles alegam que o motivo do fechamento seria a necessidade de reestruturação para recuperar o bom andamento da rede de farmácias.

No começo do ano, a Justiça deferiu a recuperação da rede São Bento. Na ação, o Grupo retraiu dívida de R$ 73,9 milhões. De acordo com o processo, a crise foi atribuída ao fraco desempenho da economia, alta carga tributária, elevadas taxas de juros, imposição contratual de compra de medicamentos perto do prazo de validade e concorrência desleal de grandes grupos nacionais.

A reportagem do Campo Grande News entrou em contato com o Departamento de Recursos Humanos da Rede São Bento, mas eles não quiseram se pronunciar sobre o caso.

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