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Economia

Fundo de pensão decide vender ações da Eldorado aos indonésios

Ricardo Campos Jr. | 05/10/2017 09:40
Fábrica de celulose Eldorado, localizada em Três Lagoas (Foto: divulgação)
Fábrica de celulose Eldorado, localizada em Três Lagoas (Foto: divulgação)

O conselho deliberativo do fundo de pensão Funcef, dos funcionários da Caixa Econômica Federal, decidiu vender para a companhia indonésia Paper Excellence suas ações da fábrica de celulose Eldorado, localizada em Três Lagoas, a 338 quilômetros de Campo Grande.

A empresa estrangeira comprou a unidade do grupo J&F e mediante repasse inicial de R$ 1,006 bilhão já recebeu 13% dos ativos dos antigos donos, tornando-se sócia minoritária. Contudo, ela não detém o controle da planta, uma vez que a transferência ainda não foi efetivada.

Quando isso acontecer, a Paler Excellence herdará automaticamente as dívidas da produtora de celulose.

Segundo informações do Valor Econômico, o Funsef é cotista do FIP Florestal, que detém 34,45% das ações da Eldorado. A J&F é a maior cotista e ao assinar o contrato de venda, automaticamente conferiu aos investidores minoritários o direito de se desfazer de suas ações, conhecido como “tag along”.

O Petros, fundo de pensão dos funcionários da Petrobras, detém o mesmo percentual de participação pelo FIP e ainda não decidiu se venderá seus ativos.

Porém, conforme o valor, há expectativa que o conselho deliberativo decida pelo tag along diante da oferta feita pela companhia estrangeira. Considerado o valor de empresa de R$ 15 bilhões, cada fundo deve receber R$ 640 milhões por sua fatia, ante aporte inicial de R$ 275 milhões em 2009.

Caso os fundos optassem em permanecer como acionistas, os indonésios comprariam 17% diretamente das ações que hoje ainda pertencem aos donos da fábrica, elevando sua posição a 30%.

Segundo o Valor Econômico, a Paper Excellence terá até o início de setembro de 2018 para sacramentar a compra do controle e do capital restante da Eldorado. Para essa etapa do negócio, os indonésios estão em contato com instituições financeiras que vão financiar a operação.

Envolvida nas irregularidades investigadas pela operação Java Jato, a J&F assinou um acordo de leniência junto ao MPF (Ministério Público Federal), o que protege a Paper Excellence de ter de pagar as multas que pesam sobre o grupo.

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