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Economia

Governo reajusta preços mínimos a produtores para favorecer consumidor

Flutuação do mercado motivou necessidade de elevar ganho da produção aos produtores rurais

Liana Feitosa | 05/04/2022 08:35
Produtores de trigo estão entre os beneficiados por essa política de reajuste de preços. (Foto: Divulgação/Mapa)
Produtores de trigo estão entre os beneficiados por essa política de reajuste de preços. (Foto: Divulgação/Mapa)

Para garantir uma receita mínima a produtores rurais e o equilíbrio de preços de produtos aos consumidores diante de recentes encarecimentos de alimentos, o governo federal reajustou o preço mínimo de itens da agricultura nacional da safra 2022/2023. É o caso da laranja in natura, o trigo em grãos, a semente de trigo, o café arábica e o café conilon.

Ao Campo Grande News, o diretor do departamento de Comercialização e Abastecimento do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), Silvio Farnese, explicou que o reajuste de preços pagos ao produtor rural pelo que ele produz estão muito acima das médias nesta safra ao se comparar com reajustes praticados em anos anteriores. O motivo: a instabilidade econômica do mercado internacional gerada pela guerra da Rússia contra a Ucrânia.

Mudanças - O trigo em grão teve reajuste do preço mínimo de 64,33% nas três regiões produtoras do país: Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além da Bahia. Com isso, o valor da saca de 60 kg passa de R$ 34,44 para R$ 95,90, válido de julho deste ano até junho de 2023.

O reajuste no preço mínimo das sementes de trigo tiveram a mesma porcentagem de reajuste, subindo de R$ 1,98/kg para R$ 3,25/kg, válidos para o mesmo período do trigo.

No caso do café arábica tipo 6, o valor da saca de 60 kg foi reajustado em 64,23%, passando de R$ 369,40 na safra 2021/22 para R$ 606,66 na atual temporada, que vai deste mês de abril a março de 2023. No caso do café conilon tipo 7, a elevação foi de 64,75%, saindo de R$ 263,93 para R$ 434,82 deste mês até março do ano que vem.

Já o preço da laranja in natura ao produtor saiu de R$ 17,76 para R$ 24,23 a caixa de 40,8 quilos, um reajuste de 36,43%. Esse valor terá vigência de julho deste ano até junho de 2023.

Motivo - “Isso não é normal. Tivemos reajustes muito mais suaves em anos anteriores e nem todo ano tem reajuste do preço mínimo. Tivemos reajustes consideráveis assim somente em 2008, 2009, mas depois, eles voltaram a um patamar normal”, amplia Farnese.

De acordo com o diretor, o que aconteceu foi que, devido à conjuntura econômica mundial, com flutuação de preços, principalmente no que se refere ao dólar, ao petróleo e ao mercado de commodities, o produtor rural brasileiro passou a gastar muito mais para produzir.

"Preços em alta no mercado internacional acabou gerando uma demanda maior por alimentos. Além disso, tivemos, aqui dentro, um aumento de custos de produção, algo muito relacionado com a alta no preço de fertilizantes e defensivos”, analisa o diretor.

Benefício ao consumidor - Diante de inconsistências comerciais, o governo federal, por meio do Mapa, reajusta o valor de referência de certos produtos no mercado para garantir que o produtor rural seja remunerado justamente em caso de oscilação acentuada de preços. Isso faz parte da PGPM (Política de Garantia de Preços Mínimos), que não impacta as contas públicas porque esses gastos são condicionados à disponibilidade orçamentária e financeira nas operações oficiais de crédito.

Ao ter garantido um ganho “tabelado”, o produtor tem incentivo para plantar. Assim, a produção e a oferta de alimentos não são impactadas pelas instabilidades econômicas e a precificação desses produtos não sofre variações exorbitantes, sendo mais estável ao consumidor.

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