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Economia

Grandes indústrias de alimentos em MS atraem olhares de representantes árabes

Fiems sedia seminário sobre Halal do Brasil, certificação necessária para exportar a países árabes

Izabela Cavalcanti | 15/08/2023 11:17
Seminário Halal do Brasil, na Fiems, realizado nesta terça-feira (Foto: Paulo Francis)
Seminário Halal do Brasil, na Fiems, realizado nesta terça-feira (Foto: Paulo Francis)

A experiência de Mato Grosso do Sul com exportação e as grandes indústrias de alimentos já instaladas têm atraído olhares de países árabes. Com isso, a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira e a Agência Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) escolheram o Estado para apresentar as ações do Halal do Brasil à empresários sul-mato-grossenses. O seminário ocorre nesta terça-feira (15), na Fiems.

Conforme explica a gerente de Projetos de Internacionalização da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, Fernanda Dantas, o interesse principal é nas indústrias de alimentos.

“Nós temos interesse em todos os produtos de alimentos e bebidas industrializados. A ideia é que a gente possa ampliar a pauta exportadora brasileira. Toda a indústria de doces, de bebidas não alcoólicas, de massas, pães, biscoitos tem muito potencial. Escolhemos Mato Grosso do Sul porque aqui percebemos que já tem empresas com uma maturidade exportadora, com um olhar voltado para exportação”, destacou.

O gestor da fábrica Vó Erminia Alimentos, localizada em Campo Grande, Gabriel Ferreira Galvani, se interessou pela possibilidade de vender para outros países.

Conforme conta Gabriel, ele foi a APAS (Associação Paulista de Supermercados) e lá surgiu interesse de países árabes para comprar os produtos da fábrica, que são temperos, conservas e farofa, que é o carro-chefe.

Gestor da fábrica Vó Erminia Alimentos, Gabriel Ferreira, demonstrou interesse em obter selo Halal (Foto: Paulo Francis)
Gestor da fábrica Vó Erminia Alimentos, Gabriel Ferreira, demonstrou interesse em obter selo Halal (Foto: Paulo Francis)

“Fomos para a APAS e tiveram alguns interessados, só que eles queriam o Halal. Temos interesse em exportar e queremos abrir esse nicho. É um mercado muito lucrativo, tem um poder de compra muito grande”, pontuou.

Ainda de acordo com o representante da empresa, ao se consolidar a parceria, o faturamento pode até triplicar.

Segundo o relatório State of the Global Islamic Economy 2022, somente nas categorias de alimentos e bebidas, os mercados islâmicos movimentam cerca de US$ 1,2 trilhão por ano no mundo todo.

Os países que são conhecidos como muçulmanos ou árabes são: Catar, Líbano, Síria, Arábia Saudita, Argélia, Barein, Comores, Djibuti, Egito, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Iraque, Jordânia, Kuwait, Líbia, Mauritânia, Marrocos, Omã, Palestina, Somália, Sudão e Tunísia.

Halal – De acordo com o diretor-geral do Centro Halal da América Latina, Marc Daher, a princípio será explicado o conceito de Halal, que segundo ele, significa tudo o que é permitido e autorizado, conforme as regras estabelecidas pela Lei Islâmica.

Marc Daher no seminário Halal do Brasil, na Fiems (Foto: Paulo Francis)
Marc Daher no seminário Halal do Brasil, na Fiems (Foto: Paulo Francis)

“O Halal significa tudo o que é permitido, algo lícito, fala que tudo o que a gente tem que se alimentar precisa ser do Halal. Qualquer negociação, por exemplo, tem que ser com dinheiro de origem limpa. Falando na questão de abate de animal, o método de abate tem que ser diferente, abate manual, o próprio animal tem que ser permitido”, explica.

Além de garantir ao consumidor clareza sobre o produto que consome, o selo também funciona como um passaporte de acesso a esses países por ser obrigatório para a maioria das categorias de alimentos e bebidas importados.

Rota Bioceânica - O chefe de gabinete da presidência da Fiems, Robson Del Casale, afirma que a aposta é a Rota Bioceânica. O corredor vai ligar o oceano Atlântico ao Pacífico, no Chile, tendo Porto Murtinho, em Mato Grosso do Sul, como ponto de partida do Brasil.

A distância para as exportações brasileiras serão encurtadas em duas semanas e os custos para escoar a produção terá redução de 25% a 30%.

“Os mercados árabes são fundamentais para o nosso modelo de exportação. Eu acho que cada dia ganha mais espaço e tem mais representatividade, ainda mais por conta do advento da Rota Bioceânica, que diminui valor do frete, diminui tempo de frete e faz com que os produtos daqui ganhe mais competitividade desses mercados”, destaca Robson.

Devido ao nível de exigência dos países muçulmanos, com normas culturais e religiosas, o Senai tem se preparado para ajudar as indústrias sul-mato-grossenses. “Precisa ser seguido a risca, sob pena de se perder o produto, caso não seja cumprido”, completa.

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