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Economia

Grupo russo retorna a MS para discutir compra de fábrica da Petrobras

Reuniões ocorreram com prefeito e representantes do governo estadual em Três Lagoas

Humberto Marques | 14/10/2019 18:46
Representantes da Acron e da Prefeitura de Três Lagoas se reuniram nesta segunda-feira. (Foto: PMTL/Divulgação)
Representantes da Acron e da Prefeitura de Três Lagoas se reuniram nesta segunda-feira. (Foto: PMTL/Divulgação)

Três Lagoas –a 338 km de Campo Grande– foi palco, ao longo desta segunda-feira (14), de negociações em busca de um acordo definitivo para a venda da UFN-3, a fábrica de fertilizantes nitrogenados ainda em obras e que pertence à Petrobras, aos russos da Acron Group. Representantes do conglomerado se reuniram com o prefeito Angelo Guerreiro (PSD), pela manhã, e à tarde com o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck, e o diretor-presidente da MS Gás, Rudel Trindade.

Detalhes sobre o andamento das negociações, porém, seguem tratados como sigilo pelo governo estadual. Verruck e Rudel não foram localizados pela reportagem para comentarem os resultados do encontro desta tarde.

Pela manhã, conforme a assessoria do prefeito, foram debatidos questões técnicas referentes a leis e incentivos fiscais para continuidade do empreendimento, bem como da infraestrutura de Três Lagoas e obras mitigatórias para o investimento bilionário –só a compra da fábrica é ventilada em mais de R$ 8 bilhões.

A ideia é que a Acron realize algumas melhorias na cidade como contrapartida dos incentivos. Detalhes sobre essa condicionante ainda serão discutidas em outras reuniões

Prosseguimento – As reuniões desta segunda foram continuidade de tratativas que se intensificaram em 18 de julho, quando uma delegação do conglomerado russo se reuniu com o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e demais integrantes do staff estadual –e, depois, com autoridades da União–, para debater temas como a transferência de incentivos fiscais da Petrobras para a Acron, considerados cruciais para o fechamento do negócio.

A intenção é que a Acron possa ficar isenta de pagar ICMS pela importação de equipamentos usados nas obras e na venda da ureia a ser fabricada no local. Naquele momento, ficou acertada a assinatura do contrato em agosto, com o início das operações previsto para 2024. No entanto, entraves burocráticos atrasaram a concretização do acordo, esperado para este mês.

Em paralelo, os russos também costuraram entendimentos para viabilizarem a operação da fábrica, como um acerto preliminar com a YPFB (estatal boliviana de combustíveis) para compra de 2,2 milhões de metros cúbicos diários de gás natural a partir de 2023 –a empresa do país vizinho também teria 12% da fábrica três-lagoense.

As obras da UFN-3 começaram em 2011 e foram paradas em 2014, com 81% do empreendimento concluído sob alegação de descumprimento de contrato pelo consórcio responsável pela construção. Em meio à crise na Petrobras, a estatal acabou autorizada a vender o controle acionário de subsidiárias.

A fábrica de fertilizantes nitrogenados terá capacidade de produção de 761,2 mil toneladas/ano de amônia e 1.223 mil toneladas/ano de ureia granulada. O governo do Estado estima que, com a retomada das obras, o complexo vai gerar mil empregos diretos e 10 mil indiretos.

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