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Economia

Há quase dois meses, demitidos da Bigolin aguardam 13° e rescisões

Mariana Rodrigues | 19/01/2016 17:00
Unidade do Shopping Norte Sul Plaza teve férias coletivas em dezembro, pela primeira vez desde sua inauguração. (Foto: Gerson Walber/Arquivo)
Unidade do Shopping Norte Sul Plaza teve férias coletivas em dezembro, pela primeira vez desde sua inauguração. (Foto: Gerson Walber/Arquivo)

Há quase dois meses, 17 funcionários demitidos de unidades da rede de lojas de materiais de construção Bigolin, aguardam o pagamento de salário, décimo-terceiro a rescisão. Sem acordo com a empresa, eles ficam impedidos de sacar o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e dar entrada no seguro desemprego, enquanto procuram um novo ofício.

Entre as irregularidades, os trabalhadores também citam que a empresa está  mais de um ano sem recolher o valor referente ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e Fundo de Garantia. 

De acordo com o secretário geral do SECCG (Sindicato dos Empregados no Comércio de Campo Grande), Nelson Benitez, o número de trabalhadores que estão sem receber pode ser ainda maior, já que só passam pelo sindicato aqueles que já possuem um ano na empresa.

Ele informou ainda que parte dos funcionários que trabalham nas várias unidades da empresa receberam tanto o salário referente ao mês de dezembro, quanto o 13° em atraso, sendo que ambos foram pagos no mês de janeiro. Benitez afirma ainda que ao entrar em contato com a empresa, a alegação é a crise. "Eles dizem que estão passando por um momento de crise e que por isso não têm dinheiro para efetuar o pagamento", afirma.

Vários casos - Uma ex-funcionária que trabalhou durante muito tempo na Bigolin e preferiu não se identificar, conta que foi demitida há um mês e até agora não recebeu as verbas rescisórias, por isso entrou com uma ação trabalhista na Justiça. Ela disse ainda que recebeu informações que mais pessoas foram demitidas em janeiro e estão passando pelo mesmo problema. "A empresa liga para esses funcionários e pede para eles não irem até o sindicato pois ainda não fizeram o depósito do pagamento", conta.

Essa funcionária alega ainda que sua situação financeira está complicada desde que foi demitida. "Estava contando com o dinheiro referente as férias que iria receber no fim do ano e com o décimo-terceiro, como são duas coisas certas, já havia feito compromisso com esse dinheiro", diz ela que sem os valores em atraso, ela agora está endividada.

Outro funcionário também passa pela mesma situação. Ele foi demitido há mais de dois meses e até agora não conseguiu receber as verbas rescisórias. Como não conseguiu entrar em um acordo com a empresa, ele decidiu entrar com uma ação trabalhista.

"Foi a única forma que encontrei para tentar receber esse dinheiro. Quando sai de lá não estava com o pagamento atrasado, porém não consegui receber nem o 13° e nem a rescisão e isso aconteceu com vários outros trabalhadores", comenta ele que denuncia ainda que a empresa estava há mais de um ano sem recolher o FGTS e INSS dos funcionários.

Crise - Ao contrário das acusações feitas pelos trabalhadores, o advogado da empresa, Mansour Elias Karmouche defende que esses problemas são pontuais, já que a Bigolin está há mais de 30 anos no mercado e esta é a primeira vez que a empresa não consegue arcar com os pagamentos.

"A empresa, assim como várias outras, está passando por um momento econômico difícil. A Bigolin vai honrar com seus pagamentos, até porque é uma empresa sólida e sempre fizemos os pagamentos de maneira correta", afirma.

Conforme o Campo Grande News já havia noticiado, está é a primeira vez que a Bigolin não consegue arcar com as rescisões e com o 13º salário dos funcionários que foi pago com atraso. Fato inédito também foram as férias coletivas na unidade do shopping Norte Sul Plaza no período de 23 de dezembro a 4 de janeiro.

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