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Economia

Há quase uma semana sem trabalhar, operários esperam pagamento da Homex

Mariana Lopes | 02/07/2012 17:49

Os trabalhadores maranhenses estão em Campo Grande desde fevereiro e só receberam o pagamento referente a março.

Sem trabalhar, operários ficam em frente da casa esperando pelo acerto de contas (Foto: Rodrigo Pazinato)
Sem trabalhar, operários ficam em frente da casa esperando pelo acerto de contas (Foto: Rodrigo Pazinato)

Em uma casa em frente à construção de condomínios residenciais da construtora mexicana Homex, no bairro Paulo Coelho Machado, em Campo Grande, 18 operários maranhenses dividem o mesmo teto, e há três meses passaram a dividir a mesma angústia: a espera pelo pagamento.

No total, eles vieram em cerca de 60 homens, em fevereiro deste ano, pela empreiteira Brasil Construção, mas como receberam somente o salário referente a março, paralisaram os trabalhos na obra da Homex na terça-feira da semana passada, dia 26 de junho.

Até a última sexta-feira (30), eles ainda faziam três refeições por dia no próprio refeitório da Homex, instalado no terreno da construção. Quanto à moradia, segundo os operários, é oferecida pela empreiteira da qual eles são funcionários, a Brasil Construção.

Eles contam que esta é a segunda vez que vem para Campo Grande para trabalhar em obra da Homex. “Da outra vez ficamos seis meses aqui na mesma condição. Depois que paralisamos os trabalhos, ainda demoraram 17 dias para nos mandar de volta para o Maranhão”, lembra o operário Antônio da Costa Moraes, 50 anos.

Desiludidos, os operários justificam que, mesmo já passando pela experiência anterior, não tiveram muita escolha na hora de virem para cá. “Não temos o que reclamar da Brasil, nosso chefe sempre nos pagou direito, então não tínhamos como não aceitar, então confiamos que seria direito desta vez”, desabafam.

Enquanto o dilema se desenrola por aqui, no Maranhão as famílias dos operários se viram como dá. “Minha esposa está comprando fiado no mercado e esperando, não tem muito o que fazer”, conta Antônio, que deixou, além da mulher, uma filha adolescente, que contavam com o dinheiro que o patriarca mandaria durante o período que estivesse em Campo Grande.

Antônio conta que veio para Campo Grande e pretendia mandar dinheiro para a família (Foto: Rodrigo Pazinato)
Antônio conta que veio para Campo Grande e pretendia mandar dinheiro para a família (Foto: Rodrigo Pazinato)

No paredão formado pelos operários em frente à casa temporária deles, Miguel Batista da Costa, 38 anos, conta que também deixou um filho, de 4 anos, e a esposa. “A sorte é que temos muitos amigos por lá, e eles estão ajudando”, conta, com um sorriso até aliviado, embora confesse que está chateado com a situação de não mandar para a família o que prometeu quando veio para trabalhar.

De acordo com a assessoria de imprensa da Homex, o acerto com todos estes trabalhadores está sendo providenciado para esta semana. Além disso, a empreiteira responsável pela contratação providenciará o retorno deles para a cidade de origem.

Segundo o presidente da CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil), Samuel Freitas, em reunião na tarde de hoje, com a diretoria da Homex, foi acordado que a empresa pagará os operários na próxima segunda-feira (9).

Samuel confirmou que há atraso no pagamento de 160 trabalhadores da empreiteira WRV. Sobre os operários da Brasil Construção, ele disse que não receberam nenhuma denúncia por enquanto, mas iria checar a situação. A assessoria de imprensa da Homex garantiu que os maranhanses também receberão o acerto no máximo até a próxima semana.

A reportagem do Campo Grande News tentou contato com a Brasil Construção para saber a posição da empreiteira em relação aos trabalhadores, mas não teve êxito.

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