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Economia

Juros preocupam empresários que tiveram de recorrer a financiamento

Presidente da Fiems aponta que muitos captaram recursos em cenário mais favorável

Por Maristela Brunetto e Fernanda Palheta | 20/12/2024 12:08

Presidente da Fiems vê cenário preocupante para aqueles que buscaram financiamento para investir na produção (Foto: Henrique Kawaminami)
Presidente da Fiems vê cenário preocupante para aqueles que buscaram financiamento para investir na produção (Foto: Henrique Kawaminami)

RESUMO

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O presidente da Fiems, Sérgio Longen, expressa preocupação com o impacto da alta da taxa de juros, fixada em 12,25% pelo Copom, sobre empresários do setor industrial que buscaram financiamento para investimentos. Ele considera a situação difícil para aqueles que apostaram em um cenário mais favorável e com juros menores, atribuindo a responsabilidade ao governo federal pela instabilidade econômica, apesar do crescimento acima das metas. Longen destaca a preocupação com o endividamento do setor, esperando que o governo contenha gastos para evitar um déficit público superior a 80% do PIB, mesmo com projeções positivas para o PIB industrial de Mato Grosso do Sul nos próximos anos.

A elevação da taxa de juros em reunião recente do Copom (Comitê de Política Monetária) traz dor de cabeça para empresários do setor da indústria, apontou esta manhã (20) o presidente da Fiems (Federação da Indústria de Mato Grosso do Sul), Sérgio Longen. O cenário desfavorável na economia preocupa aqueles que captaram recursos no mercado para investir e agora terão que pagar mais caro pelo dinheiro obtido.

Longen considera que a situação será difícil para este grupo, que apostou em investir na produção, vislumbrando “um cenário mais favorável e com juros flexíveis”. Assim como lideranças nacionais da indústria, ele atribui a culpa ao governo federal, considerando que a base da economia “não está boa”.

Ele mesmo apontou situações contraditórias no cenário econômico do País. Por um lado, um crescimento superando metas, Longen analisa que “as condições estão piorando”. Ele diz esperar a compreensão do governo para a elevação da taxa de juros muito acima da inflação, que está na casa dos 5%.

A conduta do Banco Central, em manter a taxa elevada em 12,25%, conforme definido pelo Copom no começo do mês, tem oposto integrantes do Executivo, políticos e setores da economia. Do lado do mercado, é apontada a falta de controle nos gastos pelo governo como a culpada. Já entre as autoridades, há sugestão de que ocorre ataque especulativo, levando também o dólar a altas recordes.

A própria ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, recentemente criticou pressões do mercado, apontando que não reconhece avanços no País. Atento aos colegas da indústria, Longen analisou que a taxa de juros é motivo de preocupação para todos, mas especialmente a quem tem dívidas a pagar.

“A taxa de juros é algo que preocupa a todos, não só ao investimento do Estado, mas também a quem está devendo. Nós esperamos que o governo federal faça um pouco da sua parte que é a contenção de gastos, não podemos superar 80% do PIB com deficit público”, completou, em análise feita esta manhã após divulgar os bons números da indústria no Estado.

A expectativa é que o setor alcance este ano um PIB de 197,1 bilhões, crescimento de 9,3% em relação a 2023 e com projeções positivas também para os próximos três anos, chegando a R$ 247,5 bilhões em 2027.

O balanço foi apresentado na sede da Fiems, com a presença do governador Eduardo Riedel e secretários estaduais.

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