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Economia

Lockdown tem efeito contrário sobre internações, argumenta Associação Comercial

Parecer técnico destaca que números de leitos ocupados aumentou quando houve maior rigor para fechamento do comércio

Gabriel Neris | 31/07/2020 15:58
Movimentação de pessoas no Centro de Campo Grande (Foto: Kísie Ainoã/Arquivo)
Movimentação de pessoas no Centro de Campo Grande (Foto: Kísie Ainoã/Arquivo)

Parecer técnico elaborado pela ACICG (Associação Comercial de Campo Grande), baseado em pesquisadores internacionais e na experiência de outros países, defende que a prática de lockdown, o fechamento total do comércio durante a pandemia, não traz o resultado esperado, pelo contrário.

O documento já foi levado para a prefeitura e também ao Tribunal de Justiça e Ministério Público Estadual.

O economista-chefe da ACICG, Nomann Kallmus, destaca avaliação da pesquisadora Ana Fernándes-Sesma, de que a Sars-Cov2 tem comportamento semelhante de outros vírus e da possibilidade de convivermos com a covid-19 durante anos.

De acordo com a entidade, a ONU (Organização das Nações Unidas) estimou 60 milhões de mortes, ao todo, no ano passado, e neste ano, até 22 de julho, foram 618 mil por covid em todo o planeta, o que dá quase 1% do registrado em 2019.

Também faz comparações com a gripe espanhola, que infectou 500 milhões de pessoas, de uma população de 2 bilhões, e matou 17 milhões. Na avaliação do economista, na mesma proporção com o coronavírus seriam 2 bilhões de infectados e 76 milhões mortes, porém os números chegaram 15 milhões de contaminados e 618 mil mortes.

A associação avalia que as duas semanas onde houve maior rigor para evitar o deslocamento de pessoas “foram desastrosas”. “Os leitos aumentaram”, diz Normann, apontando ainda que não havia contaminação enquanto as lojas estavam com as portas abertas. “A política restritiva de mobilidade traz mortes”, avalia.

“A população não tem reserva para ficar em casa. As empresas não têm reserva para 90 dias”, alerta o presidente da ACICG, Renato Paniago, que cobra maior fiscalização contra quem descumpre os decretos determinados pela prefeitura. “Tem que penalizar o cidadão, o empresário”, diz.

O primeiro-secretário da associação, Roberto Oshiro, também defende maior rigor do poder público. “Quem respeita a lei, respeita decreto”, diz.

Segundo ele, o setor também mira o Dia dos Pais, celebrado no próximo dia 9, para tentar diminuir o prejuízo provocado pela pandemia. “Vai tentar recuperar o prejuízo que já é muito grande para o Dia dos Pais”, completa.

Mapa do Prosseguir (Programa de Saúde e Segurança na Economia), do governo do Estado, coloca Campo Grande com extremo risco para a pandemia. A Capital chegou na quinta-feira a 127 mortes provocadas pelo novo coronavírus e 132 pacientes internados em leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

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