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Economia

Lojas dos shoppings começam demissões e previsão é de cortar quadros pela metade

Em dois dias, 32 pessoas foram demitidas de loja de artigos para casa e outra de sapatos, em 2 shoppings

Jones Mário | 15/04/2020 12:44
Shoppings de Capital ainda não foram autorizados pela Semadur a reabrir suas portas (Foto: Arquivo)
Shoppings de Capital ainda não foram autorizados pela Semadur a reabrir suas portas (Foto: Arquivo)

Lojas dos shoppings de Campo Grande já começaram a demitir a fim de enxugar gastos e minimizar os efeitos da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus. Com centros de compras fechados desde a terceira semana de março, empresas instaladas projetam cortar 50% de seus quadros de funcionários.

A reportagem do Campo Grande News apurou duas séries de demissões desde segunda-feira em duas lojas consideradas "âncoras". A Etna, que vende artigos para casa e móveis no Shopping Norte Sul Plaza, mandou embora 14 trabalhadores. No Shopping Campo Grande, outras 18 pessoas foram dispensadas da loja de esportes Centauro.

Os desligamentos seguem tendência atestada pelo presidente das associações dos lojistas destes dois centros de compras, Kermson Martins, que aponta para corte pela metade na quantidade de funcionários das 400 lojas representadas.

A medida, segundo ele, se justifica porque os shoppings deverão voltar com horário reduzido em apenas um turno de atendimento.

Dos quatro condomínios comerciais da Capital, dois deles - Norte Sul Plaza e Pátio Central - já apresentaram para a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana) seus planos de contenção de riscos, exigidos pela pasta para estabelecimentos que demandam mais cuidados a fim de evitar a propagação da covid-19.

A Semadur pediu ajustes nos dois planos. Bosque dos Ipês e Shopping Campo Grande ainda elaboram seus projetos.

A reportagem não encontrou a Etna para repercutir as dispensas.

Funtrab atendeu 316 pedidos por acesso ao seguro-desemprego em menos de 72 horas (Foto: Paulo Francis)
Funtrab atendeu 316 pedidos por acesso ao seguro-desemprego em menos de 72 horas (Foto: Paulo Francis)

Seguro-desemprego - Com a tendência de demissões, aumenta também a fila de pedidos por acesso ao benefício, que já se aproxima dos mil atendimentos em menos de duas semanas nas agências de trabalho da Capital.

Na Funtrab (Fundação do Trabalho de Mato Grosso do Sul), segundo assessoria de imprensa, foram 316 atendimentos por seguro-desemprego passados três dias de atendimento retomado.

Na Funsat (Fundação Social do Trabalho de Campo Grande), que voltou a fazer atendimentos presenciais na semana passada, foram registradas 753 entradas de pedidos por seguro-desemprego. O número foi passado pelo diretor-presidente da entidade, Cleiton Franco.

Procurada, a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do ministério da Economia disse que os dados mais recentes de seguro-desemprego no Estado ainda não estão consolidados.

Outras saídas - A demissão não é o único caminho possível para empresas em crise devido às medidas restritivas à circulação de pessoas e aglomerações. Medida provisória vigente desde o início do mês permite ao empresário suspender, por até 60 dias, os contratos de trabalho. O governo federal assume o pagamento de benefício emergencial a estes funcionários.

O valor pago será integral para trabalhadores de empresas com receita bruta anual menor que R$ 4,8 milhões (pequenos e micronegócios e empregadores domésticos).

Para as médias e grandes, a União arca com 70% do seguro-desemprego, e a empresa assume os outros 30% do salário do empregado com contrato suspenso.

Durante o período, o trabalhador terá a garantia provisória no emprego e a empresa deve manter os benefícios pagos.

A medida provisória prevê ainda a redução de jornada e de salários, em até 70%, também com pagamento assumido pelo governo federal.

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