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Economia

Mercado cria estratégias para aproveitar redução de impostos na venda de carros

Governo Federal anunciou queda de tributos que deve impactar no preço final de veículos, entre 1,5% e 10,96%

Izabela Cavalcanti | 26/05/2023 12:16
Veículos Onix à venda em concessionária de Campo Grande (Foto: Arquivo Campo Grande News)
Veículos Onix à venda em concessionária de Campo Grande (Foto: Arquivo Campo Grande News)

O anúncio de redução de impostos para carros populares já tem deixado o setor animado. Com isso, concessionárias e até garagistas de Campo Grande já estão se preparando para atender a demanda. A expectativa é que o preço final tenha redução entre 1,5% e 10,9%.

Segundo dados da Mobiauto, empresa de marketplace automotivo, entre janeiro a abril de 2023, o Mobi custava R$ 50,7 mil; Argo, R$ 61,6 mil; Polo, R$ 66,5 mil; HB20-S, R$ 67,8 mil; e o Uno estava custando R$ 52,5 mil. Todos são modelo 2020.

Na visão do gerente da Perkal, Carlos Villa Maior, só de falar em queda, os consumidores ficam animados. No local, já está sendo antecipado o desconto em alguns modelos para dar continuidade ao que está por vir.

“Com certeza já dá uma animada. Nós estamos antecipando o desconto em vários modelos nossos, prevendo essa redução de preço para que a gente dê continuidade nas vendas”, comentou.

No entanto, para falar sobre valores de veículos, ele prefere esperar a definição do Governo Federal.

“Ficou muita coisa indefinida, que não temos resposta. Tem que ser carro de até 120 mil, tem que ser o menos poluente possível. Vai depender de uma série de fatores, além disso, ainda pediu prazo de 15 dias. Vamos ter que aguardar para saber o que vai acontecer com toda a linha”, completou.

Ainda de acordo com ele, além do valor, é necessário que a taxa de juros também baixe. “É um conjunto que vai trazer um benefício e incrementar as vendas”.

O diretor da Autobel, Saulo Lima, disse que a notícia é boa para poder atrair outro tipo de clientela. Ele afirma que estão preparados para receber a demanda e que tem estoques suficientes.

“Estamos animados com a notícia. A gente volta a trabalhar com um valor que atende boa parcela da população. Por conhecimento do mercado, minha opinião é que a gente vai crescer”, destacou.

Seminovos - Para os garagistas a situação não é diferente. Eles já se preparam para poder acompanhar o mercado e não ficar para trás. Na WladCar Automóveis, a estratégia é se antecipar ao desconto das concessionárias.

O proprietário Wladimir Cândia informou que pretende melhorar o preço dos carros modelo 2022/2023. “Já estamos fazendo readequação de preço nesses mais novos para vender o quanto antes”, pontuou.

Os carros populares mais procurados são: Gol, Argo, Mobi, Kwid, Onix, com valores que variam entre R$ 50 mil e R$ 70 mil. No local, tem quase 70 carros em estoque, entre 2010 e 2023.

Com a medida, Wladimir acredita que no setor de seminovos, os modelos mais recentes serão impactados inicialmente.

Gerente da Fórmula R, Maurício Cortez vê com bons olhos o anúncio feito pelo Governo Federal. Para ele, mesmo que a medida seja direcionada para as concessionárias, o mercado de seminovos vai se adequar e as vendas vão girar mais.

Entenda – Na quinta-feira (25), o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, anunciou a redução das alíquotas do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e do PIS/Cofins (Programa de Integração Social e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social). No entanto, ainda não há uma definição de qual será o nível de redução das alíquotas.

A medida visa diminuir o preço final dos veículos entre 1,5% a 10,96%, conforme o critério de preço, eficiência energética e densidade industrial no país. A medida vale para carros de até R$ 120 mil.

O assunto ainda está em discussão no Ministério da Fazenda, que terá 15 dias para apresentar os parâmetros para reduzir os tributos e depois ser encaminhada para aprovação do Congresso Nacional.

Conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2019 (última pesquisa), em Mato Grosso do Sul, havia 905 mil domicílios, sendo que 548 mil tinham carros. O número representa 60,5%.

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