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Economia

Ministro minimiza culpa do Paraguai e mostra confiança no combate à aftosa

Fabiano Arruda | 06/01/2012 18:59

Em Campo Grande nesta sexta, Mendes Ribeiro garantiu que a relação com o governo paraguaio é boa e disse que o combate à aftosa tem sido prioridade na América do Sul

Em entrevista coletiva, ministro garantiu que relação com o governo Paraguaio é boa. (Foto: Pedro Peralta)
Em entrevista coletiva, ministro garantiu que relação com o governo Paraguaio é boa. (Foto: Pedro Peralta)

O ministro da Agricultura e Pecuária, Mendes Ribeiro, minimizou a culpa e disse não acreditar em negligência do Paraguai por conta do surgimento do segundo foco de febre aftosa, registrado no departamento de San Pedro, que fica a cerca de 150 quilômetros da fronteira de Mato Grosso do Sul.

“O foco é bem menos preocupante que o primeiro”, assegurou, ressalvando que o Estado leva “vantagem” neste segundo foco registrado no Paraguai por conta do esquema montado no primeiro caso detectado em setembro na mesma região.

Após sobrevoar a região na manhã de hoje e conversar com produtores rurais em Ponta Porã, Ribeiro seguiu para Campo Grande e, na Governadoria, à tarde, reuniu-se, a portas fechadas, com o governador André Puccinelli (PMDB), a secretária de Produção e Turismo, Tereza Cristina, e secretários de Agricultura e Pecuária dos estados integrantes do Codesul – Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina – além de superintendentes federais de agricultura destes estados.

Depois da reunião, o titular do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), juntamente com Puccinelli, concederam coletiva à imprensa.

“Temos a compreensão do momento de Mato Grosso do Sul e, como ministro, sabemos que é algo que está sob controle (foco de aftosa no Paraguai). Todas as ações que tinham de ser desenvolvidas foram desenvolvidas. Sabemos o que estamos enfrentando”, destacou.

Na abertura das perguntas para a imprensa, a assessoria do ministério determinou um número de perguntas, que foram feitas de forma seguida para que o ministro respondesse. Nas respostas, Mendes Ribeiro não contemplou todas as indagações e se limitou a discorrer de maneira geral.

Sobre a relação com o governo paraguaio, Mendes garantiu que existe contato permanente entre setores agropecuários dos dois países e que o intercâmbio é feito sem “afetar a soberania” nacional. “Confiamos na seriedade das autoridades paraguaias”.

O ministro da Agricultura garantiu que a preocupação com o combate à febre aftosa tem se estendido à América do Sul. E que a presidente Dilma Rousseff determinou que o Mapa trabalhe para que o País não tenha mais registros da doença em 2013.

Governador André Puccinelli demonstrou tranquilidade no trabalho de vigilância para evitar prejuízos econômicos.
Governador André Puccinelli demonstrou tranquilidade no trabalho de vigilância para evitar prejuízos econômicos.

Ribeiro ainda revelou que a principal estratégia da pasta para aumentar o controle sobre ações de combate à doenças como a aftosa passa por uma política de regionalização e mudança de investimento do ministério.

Para ele é preciso inverter a lógica de recursos, que ficam em maior número com o Mapa em Brasília, revertendo repasses prioritariamente a regiões atingidas por doenças como a aftosa ou que tenham a agropecuária castigada pelo clima.

Já em relação aos reflexos econômicos dos focos de aftosa, o ministro se restringiu a dizer que a parte econômica é consequência do trabalho de defesa.

Segurança - A linha foi endossada pelo governador André Puccinelli. Para ele, as ações de vigilância na faixa de fronteira, que estão sendo tomadas, garantiu, farão Mato Grosso do Sul seguir imune aos prejuízos financeiros.

“Estamos tão distantes ou mais em relação ao primeiro foco”, declarou, pontuando que o Estado tem se colocado à disposição como suporte ao governo paraguaio e que adotará todas as medidas para impedir que o gado do país vizinho entre no território de MS.

O chefe do Executivo Estadual destacou o aumento do número de barreiras móveis e fixas na fronteira; a operação Boiadeiro do Exército; o auxílio da Polícia Federal para vigiar as estradas vicinais, bem como o apoio da Marinha em 14 embarcações paraguaias ao longo dos 650 quilômetros da faixa de fronteira.

Secretária de Produção e Turismo admitiu que risco existe, mas que vacinação do rebanho na região de fronteira foi ostensiva.
Secretária de Produção e Turismo admitiu que risco existe, mas que vacinação do rebanho na região de fronteira foi ostensiva.

Recurso não vai faltar - A secretária de Produção e Turismo, Tereza Cristina, destacou a demonstração de tranquilidade do ministro em relação ao combate da doença na fronteira.

“O risco existe. Não é zero. Mas fizemos vacinação ostensiva do gado na região. Não começamos a fazer isto ontem. As ações foram tomadas a tempo".

Além disso, revelou que equipe do Mapa vai ao Paraguai na próxima terça-feira para visitar o departamento de San Pedro, bem como inspecionar frigoríficos.

Segundo a secretária, o plano plurianual traçado com o Mapa vale até 2015 e tem recursos de R$ 76 milhões. Até agora foram liberados R$ 16 milhões para o Estado e o gasto dos recursos são feitos conforme plano de trabalho. Ao final de cada um deles, novos recursos serão liberados, informa a titular da Seprotur.

Antes de reunião no Parque dos Poderes, comitiva almoçou em restaurante no Jardim dos Estados. (Foto: João Garrigó).
Antes de reunião no Parque dos Poderes, comitiva almoçou em restaurante no Jardim dos Estados. (Foto: João Garrigó).
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