MS Day: veja temas apresentados pelo Governo para atrair investidores em SP
Incentivos fiscais, carbono neutro, Rota Bioceânica, PPPs e mão de obra foram os cinco temas apresentados
Nesta terça-feira (1º), o evento MS Day trouxe a São Paulo (SP) os estandes do Governo de Mato Grosso do Sul, com objetivo de apresentar oportunidades de investimento e as vantagens de se investir no Estado.
Os estandes temáticos abordaram cinco principais áreas de destaque: atração de investimentos, Estado Carbono Neutro, Rota Bioceânica, logística e PPPs (Parcerias Público-Privadas) e qualificação de mão de obra.
Política de atração de investimentos: Incentivos fiscais
Governo destacou compromisso em atrair investimentos, por meio de políticas de incentivo fiscal e fontes de financiamento atrativas ao setor privado. Nos últimos oito anos, o Estado recebeu R$ 67 bilhões em investimentos privados e possui mais de seis mil empresas industriais ativas.
Além disso, o Estado registrou crescimento de 921% em 15 anos na indústria de transformação e oferece segurança jurídica, além da diversificação da matriz econômica. Fontes de financiamento como o FCO (Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste) e o FDCO (Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste) também foram apresentadas como opções para os investidores.
O titular da Semadesc (Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Jaime Verruck, enfatizou ao Campo Grande News a importância de apresentar Mato Grosso do Sul aos possíveis investidores, destacando a estrutura pronta para receber novos empreendimentos e a desburocratização para licenciamentos ambientais.
“Muita gente está vindo aqui que não investe no Estado e vem para conversar sobre os possíveis investimentos. Discutimos sobre a Malha Oeste com um grupo de investidores que têm interesse na relicitação. Explicamos como está o processo e a estrutura para que eles possam participar dos processos”, exemplificou.
Verruck também mencionou investimentos na área de bioenergia e espera que, ainda nesta terça-feira, realize rodas de conversa com outros possíveis investidores. “Também tem pessoas que já investem no Estado e vêm discutir a estrutura, como ele está pronto para receber novos empreendimentos”.
Estado Carbono Neutro
Outro ponto de destaque foi a busca do Estado por se tornar carbono neutro até 2030 - ou seja, calcular e monitorar o total de emissões de CO2 (gás carbônico), além de tentar reduzir ao máximo ou compensar por meio de créditos.
Mato Grosso do Sul tem buscado se destacar como referência nacional em agricultura sustentável e já realizou o Inventário de Gases de Efeito Estufa. O compromisso com as causas climáticas levou ao investimento de R$ 8,5 bilhões na construção da maior fazenda de energia solar do Estado, além de R$ 8 milhões destinados à pesquisa para reduzir a emissão de GEEs (Gases de Efeito Estufa).
Representando a Fiems (Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul), o gerente-executivo Renato Tavares explicou que a neutralização de carbono até 2030 é uma meta ambiciosa do governo estadual e ressaltou o programa de descarbonização da indústria e a geração de créditos de carbono.
É uma meta do Governo do Estado e do Brasil com o Acordo de Paris, cuja meta é 2050. Para essa neutralização, você precisa medir a emissão, reduzir a emissão e neutralizar aquilo que você conseguir”, explicou o gerente-executivo Renato Tavares.
Ele comenta que a indústria representou, em 2018, 0,31% da emissão de gases em Mato Grosso do Sul. No setor do agronegócio, o índice sobe devido ao gás metano. “Estamos nesse caminho com o mercado regulado para todos, mas o governo está à frente há muito tempo com essa pauta climática”.
O superintendente do Governo do Estado, Rogério Beretta, ressaltou que o objetivo é, ao menos, ter o menor impacto possível. “O governo dando diretrizes, todo mundo que entra nesse ecossistema entra sabendo o que tem de fazer para não impactar ou impactar o menos possível”.
Rota Bioceânica
A Rota Bioceânica, que conectará e encurtará a distância dos oceanos Atlântico e Pacífico, foi outro destaque nos estandes. Com uma extensão de 2.396 quilômetros, a rota encurtará a distância entre os produtos brasileiros e o mercado asiático em mais de 8 mil quilômetros. A via proporcionará uma fácil conexão do Estado com mais de 270 milhões de consumidores do Mercosul, impulsionando investimentos e ampliando as exportações.
Especialista em Logística do Governo, Lucio Langemann destacou a importância do evento para atrair investidores de diversos setores interessados em conhecer as oportunidades ao longo da rota, consolidando Mato Grosso do Sul como um hub logístico no coração da América do Sul.
A gente recebeu empresários de vários setores, tanto do financeiro, de investimento, da agroindústria, indústria de tecnologia, vindo buscar informações sobre quando a rota estará pronta e quais serão as oportunidades ao longo dela. Isso, para nós do Estado, é muito importante”, explicou Lucio Langemann.
Quatro países fazem parte da rota: Brasil, Paraguai, Argentina e Chile. A via deverá reduzir distância, tempo e custos logísticos para a produção brasileira, de forma a tornar produtos brasileiros mais competitivos ao serem exportados. Está previsto que a rota impulsione investimentos, amplie exportações e estimule o desenvolvimento regional.
Logística e PPPs
O Estado de Mato Grosso do Sul também ressaltou sua localização estratégica e infraestrutura logística integrada, que inclui mais de 15 mil quilômetros de vias estaduais, a Ferrovia Transamericana, a Nova Ferroeste e os portos secos de Corumbá e Ponta Porã.
Chefe do EPE (Escritório de Parcerias Estratégicas), Eliane Detoni apresentou a carteira de projetos e oportunidades para PPPs (parcerias público-privadas) e concessões, que inclui aeroportos regionais, novas rodovias e projetos de logística, demonstrando o interesse do estado em preparar sua infraestrutura para futuros investimentos.
“Apresentamos o pipeline do Estado para PPPs e concessões. Estamos falando de aeroportos regionais, novo lote de rodovias numa composição que a gente já tem trabalhado, com o resultado muito positivo em rodovias federais e estaduais também”.
Qualificação de mão de obra
Por fim, a Fiems destacou o investimento na qualificação da mão de obra por meio do Sistema S, que inclui o Sesi (Serviço Social da Indústria), Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e IEL (Instituto Euvaldo Lodi). Com variedade de cursos em 28 áreas tecnológicas, o Estado busca gerar empregos e alinhar a formação dos trabalhadores com as demandas do mercado de trabalho atual.
A gerente de educação do Senai, Cecília Fraga, ressaltou a importância de sensibilizar as pessoas para a importância da qualificação e como isso pode beneficiar tanto os trabalhadores quanto os empresários que desejam investir no Estado.
“Há vários caminhos. Hoje, o Senai atua até na sensibilização das pessoas para que elas venham estudar. Fazendo um trabalho no início, com um leque de cursos que vai desde a iniciação a cursos técnicos, atendendo a diversas frentes e demandas da indústria. Estamos aqui para o empresário se sentir confortável e investir no Estado”
A programação do MS Day acontece durante toda a terça-feira. A partir das 20h, o governador, Eduardo Riedel (PSDB), participa de jantar com 100 CEOs (diretores executivos) de grandes grupos para apresentar Mato Grosso do Sul.
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