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Economia

Parados há duas semanas, feirantes ameaçam: “segunda nós vamos para a rua”

Prefeitura, porém, não garante inclusão das feiras livres entre atividades com funcionamento flexibilizado

Jones Mário | 03/04/2020 09:44
Parados há duas semanas, feirantes ameaçam: “segunda nós vamos para a rua”
Feiras livres foram incluídas em decreto que suspendeu atividades comerciais na Capital (Foto: Saul Schramm/Arquivo)

Mesmo ainda proibidos de retomarem os trabalhos, os feirantes de Campo Grande garantem que vão voltar à rotina na próxima segunda-feira (6), quando se esgota o primeiro período de suspensão estipulado em decreto municipal, baixado para restringir circulação de pessoas e aglomerações como medida de enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. A prefeitura, porém, não garante o retorno e deve publicar ainda nesta sexta-feira as novas datas a serem respeitadas.

As feiras livres foram incluídas no rol de atividades interrompidas no dia 20 de março. No dia seguinte, primeiro de proibição, fiscais da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana) foram para os bairros e, segundo relatos de feirantes, impediram montagem de barracas.

Presidente do Sinfe-CG (Sindicato dos Feirantes de Campo Grande), Jairo de Oliveira lamentou falta de diálogo com a categoria antes de decidir pela suspensão. Ele conta que muitos trabalhadores tinham estoque preparado e perderam seus produtos.

“Todo mundo está preocupado, a gente paga alvará, paga imposto. Mas a gente está à mercê, está amarrado. Mercadão abriu, a quitanda perto de casa tá lotada”, compara.

A Semadur prepara flexibilização das restrições ao funcionamento do comércio, cujas regras devem ser publicadas ainda nesta sexta-feira (3). Lojas de vestuário, perfumaria e armarinhos, tanto no Centro como nos bairros, devem ser contempladas com o retorno.

Em rápido contato com a reportagem, o titular da secretaria, Luiz Eduardo Costa, disse apenas que técnicos da pasta vão definir uma estratégia para volta dos feirantes. Porém, segundo ele, não há data definida.

“Segunda nós vamos para a rua. Não estamos incitando nada, mas dia 6 vamos para a rua, vamos trabalhar”, promete Oliveira.

“A gente não tem nenhum amparo. Tem gente que precisa, a maioria dos feirantes não têm condições de ficar parada”, completa.

Ainda conforme ele, os feirantes que tinham condições financeiras foram à Ceasa (Central de Abastecimento do Estado) hoje e se prepararam para retornar na próxima semana.

Delivery - O feirante Márcio José Gonçalves, 32 anos, tem feito entregas a domicílio enquanto está impedido de montar banca. Ele sugere liberar o trabalho da classe, pelo menos, pela manhã.

“Feira não é mais aquela aglomeração como antes. Pouca gente vai hoje em dia. A gente sobrevive disso, não tem outra renda. Tem muita gente já passando dificuldade”, pontua.

O Sinfe-CG conta 55 feiras livres na Capital, com pelo menos 3 mil trabalhadores cadastrados.

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