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Economia

Pesquisadores avaliam impacto da Rota Bioceânica na agricultura familiar de MS

Levantamento é feito no trajeto no Estado; Corredor liga Brasil, Paraguai, Argentina e Chile

Guilherme Correia | 01/06/2021 12:00
O agricultor familiar José Pacheco (à esq.) e os pesquisadores Eronildo Barbosa e Edgar Costa (à dir.) (Foto: Edgar Costa)
O agricultor familiar José Pacheco (à esq.) e os pesquisadores Eronildo Barbosa e Edgar Costa (à dir.) (Foto: Edgar Costa)

Pesquisadores da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) seguem trajeto do Corredor Bioceânico, saindo de Porto Murtinho até Campo Grande, com objetivo de investigar as expectativas e os impactos da rota para os agricultores familiares.

O trajeto teve início ontem (31) e está previsto para terminar na quinta-feira (3), seguindo os municípios sul-mato-grossenses que integram a rota: Porto Murtinho, Jardim, Guia Lopes da Laguna, Nioaque, Sidrolândia e Campo Grande. A atividade é uma ação de extensão do Projeto Corredor Bioceânico da UFMS e segue os protocolos de segurança contra a covid-19.

Serão visitados os pontos de comércio do setor ao longo da estrada para investigar quais produtos têm sido vendidos, e quais estratégias têm sido pensadas de forma a potencializar essas vendas.

“Nosso objetivo é avaliar como esses produtores podem aproveitar a passagem do Corredor Bioceânico e entender qual é a perspectiva, a visão de futuro dos empreendedores, assentados, indígenas, artesãos, pescadores e demais grupos sociais marginalizados da região sudoeste do Estado”, explicou o historiador Eronildo Barbosa, que participa da viagem.

Um dos pontos de parada foi o pequeno comércio do agricultor familiar José da Silva Pacheco, do Assentamento Santa Mônica. No local, são vendidos doces, pimenta, abóbora, queijo, manteiga, produtos artesanais. São itens de produção própria e também de outros agricultores familiares da região. Na visão dele, o projeto gera boa expectativa. “Essa visita dos pesquisadores foi muito boa e eu acredito que vamos ter mudanças com essa obra, que vai trazer melhorias”, comentou José da Silva, que é produtor há 16 anos.

O projeto de pesquisa e extensão é coordenado pelo Prof. Dr. Erick Wilke, da Esan (Escola de Administração e Negócios) da UFMS. Também são realizados estudos nos eixos de Economia, Logística, Turismo e Direito. Os recursos que viabilizaram a pesquisa são oriundos de emenda parlamentar do deputado federal Vander Loubet (PT).

Agricultura familiar - Segundo dados da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural), São 35 assentamentos rurais com 5.676 famílias nas cidades sul-mato-grossenses alcançadas pela rota.

Entre os principais produtos encontrados nesses assentamentos rurais estão leite, mel, mandioca, abóbora, ovos e cana-de-açúcar. A pesquisa nesta área vai contribuir para a construção de um Plano de Desenvolvimento Territorial Rural Sustentável.

Na parte histórica, o estudo busca contribuir para o desenvolvimento de diferentes grupos sociais impactados pela rota bioceânica, além de disponibilizar registros históricos para outros pesquisadores, representantes de associações de bairro, sindicatos, associações comerciais e instituições públicas.

O Corredor Bioceânico liga os oceanos Atlântico e Pacífico, permitindo a conexão viária entre estados brasileiros aos portos de Antofagasta e Iquique, no Chile, passando pelo Paraguai e Argentina.

Produtos vendidos por agricultures familiares (Foto: Edgar Costa)
Produtos vendidos por agricultures familiares (Foto: Edgar Costa)
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