Petrobras divide recursos e fábrica de MS só terá 4,6 milhões
A Petrobras vai dividir entre vários empreendimentos espalhados no país os R$ 460 milhões oriundos do crédito aprovado pelo Congresso Nacional. Isso significa que a obra da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados da estatal em Três Lagoas, a 338 km de Campo Grande, receberá menos investimentos do que foi anunciado nessa segunda-feira (19).
Conforme planilha da companhia, a unidade terá efetivamente R$ 4.616 milhões, que provavelmente não serão suficientes para tirar a planta do papel.
O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) diz ter conversado com o presidente da Petrobras, Pedro Parente, sobre os montantes que serão injetados na obra de Três Lagoas, que está paralisada desde novembro de 2014. “Ele nos disse que está fechando a equação em relação à fabrica, então eu aguardo uma resposta dele, se a Petrobras vai precisar da iniciatiava privada ou se vai colocar os próprios investimentos para terminar”, disse o chefe do Executivo.
Com relação ao resto dos créditos, entre os investimentos serão injetados R$ 8.458 milhões serão destinados à adequação do sistema de produção de outra fábrica de fertilizantes nitrogenados em Sergipe; além de R$ 1.245 milhão na implantação do sistema de escoamento de álcool de Ribeirão Preto (SP) e Ilha d'Àgua (RJ) e implantação da refinaria Potiguar Clara Camarão, no Rio Grande do Norte, no valor de R$ 685 mil.
Liberação - No fim da semana passada, o Senado aprovou 31 projetos de créditos orçamentários, entre eles o PLN 32/2016 no valor de R$ 845,5 milhões, para várias estatais. Possibilitando assim, a implantação de nova unidade de fertilizantes nitrogenados em Três Lagoas.
Os projetos seguem para sanção do presidente Michel Temer (PMDB), mas o senador Romero Jucá (PMDB/RR) adiantou que a conclusão de obras é uma prioridade da União. Agora, o governo de MS vai pedir para a bancada estadual que se comprometa em ajudar a aprovar a proposta.
A obra da Petrobras foi paralisada em novembro de 2014, com 82% concluída e mais de R$ 3 bilhões investidos. Até hoje, empresários do município e região amargam dívida de R$ 36 milhões deixada pelo consórcio construtor, formado pelas empresas Galvão Engenharia e a Sinopec Petroleum.
Durante os dois anos, várias hipóteses de retomada foram cogitadas, como a venda de ativos e parceria com empresas privadas de fora do país. Em setembro, a Petrobras afirmou que pretende deixar a produção de fertilizantes nos próximos anos, sinalizando uma possível venda, mas sem novidades até agora.