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Economia

Plástico e até camisetas poderão ser produzidos a partir do milho

Produtos serão fabricados na indústria chinesa que deve operar a partir de outubro com meta de gerar 300 vagas

Rosana Siqueira | 25/01/2020 07:24
Produtos feitos com plástico obtido a partir do milho foram apresentados esta semana na Showtec. (Chico Ribeiro)
Produtos feitos com plástico obtido a partir do milho foram apresentados esta semana na Showtec. (Chico Ribeiro)

O milho, quem diria, poderá virar plástico e até camiseta na unidade industrial da empresa chinesa BBCA Brazil em Maracaju. A fábrica que deve começar a operar em outubro deste ano, está em processo de construção e aguarda a importação de equipamentos da China para finalizar a linha de produção dos alimentos.

De acordo com projeção do gerente-geral Hailong Huang, a fábrica deve empregar 300 pessoas no início da operação, que vai começar tímida, mas com meta de ampliar no futuro o leque da produção. Entre os materiais que devem ser produzidos estão a sacola de plástico biodegradável, que dissolve na natureza; utensílios domésticos, como copos e pratos; e até camisas e camisetas, tudo feito a partir do milho.

As informações foram apresentadas nesta semana, durante a feira agropecuária Showtec, em Maracaju, onde Huang falou sobre os objetivos da indústria. “O amido e o farelo de milho são os produtos para iniciarmos a operação. É um mercado de início dentro de Maracaju. E passo a passo vamos construir uma linha de produção de PLA, que é um material de tecnologia nova”, contou.

O PLA é obtido da fermentação de vegetais ricos em amido, como o milho, e os produtos feitos a partir dele já são produzidos na indústria da BBCA da China, em substituição às fibras petroquímicas e plásticos petroquímicos. Amostras das mercadorias foram trazidas do país asiático para serem expostas durante a feira de tecnologia agropecuária em Maracaju.

A BBCA que vem da província de AnHui tem unidades na França, Bélgica e Estados Unidos, e chegou ao Brasil há quase uma década. Com quatro sedes no País, a BBCA Brazil está em Campo Grande (matriz), Maracaju (fábrica de processamento de milho), São Paulo (escritório de venda de fertilizantes) e Itajaí, em Santa Catarina (escritório de venda de ácido cítrico).

Camisetas também podem ser produzidas a partir do milho. (Chico Ribeiro)
Camisetas também podem ser produzidas a partir do milho. (Chico Ribeiro)

Projeto antigo - Em 2018 a empresa teve a concessão de incentivos fiscais renovada com o Governo do Estado por meio do Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Econômico e Equilíbrio Fiscal (Fadefe). A indústria se comprometeu a investir mais de R$ 2 bilhões na instalação da esmagadora de milho em Maracaju, gerando pelo menos 300 empregos.

Atualmente, 104 pessoas trabalham nas unidades do grupo em todo o País. 64 delas são brasileiras. “O restante são chineses que entendem português, chinês e inglês. Essas pessoas gerenciam a empresa”, disse Huang. Segundo ele, a principal dificuldade do grupo é encontrar mão de obra técnica e qualificada, “que entendam como funciona uma fábrica – e também de leis e impostos, não só locais”.

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