Preço do café dispara, custando 65,7% mais ao campo-grandense
Além do preço pago para fazer café em casa, os donos dos estabelecimentos também sofrem
O tradicional cafezinho, que antes era um gesto despretensioso, agora está difícil até de ser servido de graça. O motivo é um só: o preço nas alturas.
RESUMO
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O preço do café em Campo Grande disparou, registrando um aumento de 65,71% nos últimos 12 meses, segundo o Dieese. Em janeiro, a alta foi de 3,20%, com o preço médio de um pacote de 500g subindo de R$ 13,32 para R$ 22,07. Esse aumento afeta tanto consumidores quanto estabelecimentos comerciais, que enfrentam dificuldades para manter os preços. Em uma clínica, o gasto mensal com café pode chegar a R$ 2.400. Na padaria Tag To Go, o preço do café subiu para R$ 6 a xícara, impactando o fechamento das contas e gerando reclamações dos clientes.
De acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o café registrou a variação mais expressiva em 12 meses em Campo Grande, de 65,71%. Somente em janeiro, a alta foi de 3,20%.
O preço médio de um pacote de 500 gramas registrado em janeiro do ano passado foi de R$ 13,32, enquanto em janeiro de 2025 o preço médio subiu para R$ 22,07.
O engenheiro eletrônico, Hermínio Ferreira Gomes, de 67 anos, percebeu o aumento do café desde novembro e optou por procurar marcas mais baratas.
"Procuro sempre uma marca mais barata, que não tenha a qualidade muito inferior. Também diminuí para tomar, mas o café faz parte do dia a dia", comentou.
O soldador, Icremil Aparecido dos Santos, de 63 anos, tem tentado driblar o alto preço. “O café está altíssimo, não só o café, mas seus derivados e outras mercadorias também. Estou comprando outros produtos, embora não substitua o café, mas infelizmente tenho que ser criativo hoje, como, por exemplo, usar o leite, achocolatado e outros", disse.
Por conta do preço, ele diz que não serve mais café para visitas. “O café hoje, infelizmente, se tornou um luxo", destacou.
Além do preço pago para fazer café em casa, os donos dos estabelecimentos também sofrem. Em uma clínica de diagnósticos, na Avenida Fernando Corrêa da Costa, por dia são 4 pacotes de café, custando entre R$ 50 e R$ 100. Ou seja, se contar de segunda a sábado, o valor desembolsado por mês pode chegar de R$ 1.200 a R$ 2.400.
A copeira do local, Ana Lucia Arruda, de 43 anos, explica a situação. “São dois quilos por dia, o gasto acabou ficando maior. Fazemos café para todo mundo, eu faço na parte da manhã e da tarde, encho quatro, cinco garrafões e já deixo para o povo. Só por dia vai quase de 3 a 4 pacotes, de 50 a 100 reais”, disse.
Na padaria Tag To Go, o café expresso, carioca e coado está R$ 6, a xícara de 70 ml. “O preço do café traz um impacto na hora de fechar a conta com certeza. Daí o cliente reclama, e gente não tem muito o que fazer. É complicado. Estamos tendo que aumentar os preços do ano passado para esse, a cada dois, três meses tem que dar uma aumentada, infelizmente. Há um ano, o preço do café está subindo e fazendo diferença, de quem toma e de quem vende”, explicou a gerente, Nathalia Amorim, de 24 anos.
Em uma pesquisa rápida, no Comper do Jardim dos Estados, o café Três Corações está sendo vendido por R$ 25,89; o café Aviação, R$ 30,89; e o da marca Pilão está R$ 29,89.
No Fort Atacadista, do Bairro Vila Rica, o café Três Corações está R$ 25,89; Pilão, R$ 24,99; e Caboclo, R$ 20,89.
No supermercado Pag Poko, na Vila Margarida, o café Três Corações é encontrado nas prateleiras por R$ 27,99; o café Caboclo, R$ 22,49; Brasileiro, R$ 25,99.
* Colaborou Raíssa Rojas
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