Que carne, que nada! Banana sobe 165% no ano e é vilã da inflação
Levantamento do Nepes mostra que ceia ficará em média 12,77% mais cara que em dezembro do ano passado
O campo-grandense vai desembolsar em média 12,77% a mais neste ano para fazer a ceia de Natal. Pelo menos é o que mostra um levantamento Nepes (Núcleo de Estudos e Pesquisas Economias e Sociais) da Uniderp, divulgado hoje. A alimentação continua sendo a grande vilã dos preços, puxada pela carne bovina que subiu mais de 30% neste final de ano e outros itens como a banana que chegou a aumentar 165,5% no ano.
Segundo o coordenador do Nepes, economista e professor Celso Correia de Souza, alguns setores da alimentação foram os grandes responsáveis por esse aumento. “A carne bovina puxou a fila, pois teve elevação de 31,69%. Em seguida, ficaram os hortífrutis, com alta média de 31,60%. A carne suína e de aves ficaram 23,77% e 19,95% mais caras, respectivamente”, destacou o economista.
Ele destaca que alguns produtos do grupo hortifruti tiveram elevações excepcionais, como a banana nanica (165,5%), a melancia (105,15%), a batata inglesa (91,72%), o limão Thaiti (72,28%), a laranja (61,62%), entre outros. Por outro lado, quedas significativas ocorreram com tomate (-40,62%), uva (-18,47%), cebola (-17,18%), entre outras. “Os problemas climáticos deste ano foram os principais causadores das majorações de preço”, acrescentou.
Entre os cortes bovinos que tiveram alta estão: o contrafilé (74,15%), a alcatra (72,80%) e a picanha 28,06%, entre outros com menores aumentos. No setor de aves, o chester e o peru variaram 35,64% e 30,12%, respectivamente. Com relação a carne suína, os destaques são a bisteca fresca, que subiu 31,23%; a leitoa, 30,98%; e costeleta 21,23%. Já os peixes tiveram variação menor que as demais proteínas, 3,78%, praticamente, a variação da inflação em 12 meses.
O grupo das bebidas alcoólicas - que reúne preços de vinho, cerveja, cidra, entre outros - também subiu: 13,86%, em média.
Os produtos de mercearia, geralmente usados para preparos de acompanhamentos da ceia, também ficaram mais caros. O reajuste dessa categoria foi de 4,97%, sendo os destaques a lentilha (48,33%) e a ameixa em lata (37,84%).
Panetones - Os tradicionais panetones que não podem faltar na mesa de Natal, tiveram variação média de 1,36%, bem abaixo da variação da inflação em 12 meses, que foi de 3,62%.
“Diante desse cenário, o conselho ao consumidor é pensar em uma ceia adequada ao orçamento familiar e pesquisar promoções, correr atrás de bons descontos. Reunir amigos e optar por atacados também pode ser uma saída para comprar com economia. Faça uma lista do que é realmente necessário e evite distrações nas compras. Delimitando um orçamento máximo a ser gasto, você evita de começar 2020 com dívidas que poderiam ser dispensáveis com o planejamento”, finaliza.