Queda nas vendas e "guerra pelo cliente" derruba preço da gasolina
Um mês após o preço da gasolina disparar e atingir R$ 3,49 em Campo Grande, os proprietários de postos de combustíveis voltaram atrás e agora os consumidores podem abastecer pagando até R$ 3,09 por litro. A diferença de R$ 0,40 é atribuída por eles a concorrência de mercado e a baixa procura de clientes.
Com os reajustes, os postos começaram a faturar menos que o previsto, dessa forma muitos foram obrigados a diminuir o valor para garantir a clientela e garantir os lucros, que segundo a maioria dos gerentes, é pequena ou nula em alguns estabelecimentos.
"Baixamos o preço por tempo indeterminado devido a concorrência. Com os reajustes tivemos um prejuízo muito grande, vendemos cerca de 40 mil litros de combustível a menos nesses dois meses, se comparado ao mesmo período do ano passado", disse o gerente de um posto localizado na rua 26 de agosto, onde o valor baixou de R$ 3,39 para R$ 3,09.
Segundo o gerente do local, após a "promoção" a quantidade de clientes começou a melhorar, mas ainda é cedo para saber as consequências no faturamento do posto. "Sabemos que o lucro vai ser pouco, estamos fazendo isso mais para atrair clientes do que para garantir o lucro", afirmou.
Em outro estabelecimento, localizado na rua Calógeras, o gerente denominou o preço mais baixo como uma "guerra entre os donos dos postos" que não tem prazo para ter fim. Segundo ele, as venda já aumentaram cerca de 40% após a redução do preço e a demanda de combustível também apresentou aumento.
"O ganho diminuiu muito com a gasolina custando mais caro, estamos vendendo pelo mesmo preço de antes do reajuste que era de R$ 3,10, mas isso só está cobrindo a folha de pagamento dos funcionários, após esse reajuste tivemos muito prejuízo, e mesmo baixando o valor, ainda assim não estamos obtendo lucro", afirmou.
Na avenida Costa e Silva o consumidor pode encontrar a gasolina a R$ 3,09, o gerente Valdemir Bento não soube informar o motivo dessa queda tão repentina, mas afirmou que é uma concorrência entre os postos. "Recebi ordens superiores para alterar o valor. O dono do posto viu que em outro lugar estava mais barato e me ligou pedindo para baixar", disse.
No dia 16 de fevereiro, a gasolina teve seu segundo reajuste, que elevaria o preço na Capital em até R$ 3,60, mas alguns postos não aderiram ao novo valor naquela época e deixaram de repassar esse aumento ao consumidor vendendo o combustível quase R$ 0,20 a menos.