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Economia

Reinaldo lidera comitiva que vai à Bolívia negociar compra direta de gás

Objetivo é garantir insumo para viabilizar hidrelétrica de Ladário

Osvaldo Junior | 03/05/2017 17:36
Governador Reinaldo Azambuja, que visita a Bolívia na sexta-feira (Arquivo)
Governador Reinaldo Azambuja, que visita a Bolívia na sexta-feira (Arquivo)

Os governadores de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), e do Mato Grosso, Pedro Taques (PSDB), visitam a Bolívia nesta sexta-feira (dia 5) para nova rodada de negociações quanto à importação do gás natural diretamente pelos estados que formam o Codesul (Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul). Também será discutida a prorrogação do contrato para fornecimento do insumo – esse contrato expira em 2019.

De acordo com a assessoria do governo, Azambuja, que lidera o bloco de negociações bilaterais na proposta de compra direta, conta com o aval do presidente Michel Temer e Ministério das Relações Exteriores.

“No dia 15 de fevereiro, após o sinal do Planalto, o governador fez a primeira reunião com autoridades bolivianas, na Embaixada da Bolívia, em Brasília, quando ficou acertada a reunião técnica, marcada para esta sexta-feira”, informou a assessoria.

Todos os dirigentes de empresas de gás e energia dos estados que integram o Codesul – além de Mato Grosso do Sul, fazem parte do bloco Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul – devem participar da reunião técnica.

Mato Grosso, mesmo não integrando o bloco, também tem interesse na questão. A intenção do Estado vizinho é garantir a compra de gás natural para projeto de geração de energia por meio de termelétrica.

O objetivo de Mato Grosso do Sul é o mesmo. O Estado busca assegurar volume suficiente do insumo para viabilizar o funcionamento da termelétrica de Ladário, que obteve em janeiro a licença ambiental prévia para construção. A expectativa é de importação de 1 milhão a 1,2 milhão de metros cúbicos de gás natural por dia, segundo o diretor-presidente da MSGás, Rudel Trindade.

A compra direta do gás pode representar condições melhores de preço, conforme o governo. “No caso da termelétrica de Ladário, a vantagem é que não haveria custo de transporte pelo gasoduto”, detalhou a assessoria. Ainda de acordo com o governo, o gás seria entregue na fronteira, por meio de um ramal que já foi concluído, mas ainda não foi ativado.

Além de Pedro Taques e Reinaldo Azambuja, participaam da comitiva brasileira o coordenador-geral de Assuntos Econômicos Latino-Americanos e Caribenhos da Subsecretaria-Geral da América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores, João Carlos Parkinson de Castro, dirigentes de estatais de gás e energia do PR, de SC e do RS; secretário de Infraestrutura Marcelo Miglioli, e o diretor-presidente da MSGás, Rudel Trindade.

Do lado boliviano, está confirmada a presença do presidente Evo Morales, o ministro de Hidrocarburos Y Energía, Luis Alberto Sanchez Fernández, o vice-ministro de Exploração e Exportação de Hidrocarboneto, Luis Alberto Poma Calle; o vice-ministro de Industrialização, Comercialização, Transporte e Armazenamento de Hidrocarboneto, Oscar Barriga Arteaga; e o presidente da estatal YPFB (Yacimientos Petrolíferos Fiscales Boliviano), Guilhermo Acha Morales.
Para o diretor-presidente da MSGÁS, Rudel Trindade, essa importação conjunta será uma garantia de manutenção da receita do gás a Mato Grosso do Sul, independentemente da oscilação do volume adquirido pela Petrobras dentro do contrato que vence em 2019.

Termelétrica de Ladário – O projeto da termelétrica de Ladário pertence ao grupo baiano GPE (Global Participações em Energia), que projeta investir US$ 250 milhões (R$ 900 milhões) no empreendimento. A usina terá capacidade para gerar 267 MW de energia, suficiente para abastecer uma cidade de 1 milhão de habitantes.

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