Retomada de fábrica vai gerar 10 mil empregos e produção recorde de ureia

O STF (Supremo Tribunal Federal) “abriu as portas” para que Mato Grosso do Sul se torne o maior produtor do Brasil de ureia e sulfato de amônia. É o que afirmou o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), sobre o funcionamento da UFN3, a unidade de fertilizantes nitrogenados em Três Lagoas, a 338 km de Campo Grande – subsidiária da Petrobrás. O plenário do Supremo decidiu, por maioria, liberar a venda do controle acionário de subsidiárias de empresas públicas e sociedades de economia mista, sem que para isso seja preciso aval legislativo ou processo de licitação.

Com a decisão, a venda da UFN3 deve ser concluída até setembro. A construção da usina foi paralisada em dezembro de 2014. O governador afirmou, além da consolidação como líder da produção dos insumos, que o complexo vai gerar 1 mil empregos diretos e aproximadamente 10 mil postos de trabalho indiretos.

Reinaldo destacou o crescimento da cidade de Três Lagoas como polo industrial, já qualificada pela produção de celulose. Segundo o governador, o grupo russo Acron “está à frente” da aquisição da usina e comentou que o diretor-presidente da MSGás, Rudel Espíndola Trindade Junior, participou de uma reunião com a empresa na sexta-feira (14).

UFN3 - A unidade de fertilizantes nitrogenados tem capacidade de produção de 761,2 mil toneladas/ano de Amônia e 1.223 mil toneladas/ano de ureia granulada. O complexo é composto por unidade de geração de hidrogênio, unidade de produção de amônia, unidade de produção de areia, de granulação, utilidades, áreas de estocagem e expedição.

A empresa russa Acron pretende investir R$ 5 bilhões. Em 2017 o volume de vendas da empresa russa atingiu mais de 7,3 milhões de toneladas, com receitas consolidadas de US$ 1,6 bilhão e Ebitda de US$ 511 milhões de acordo com o International Financial Reporting Standards. A Acron é uma sociedade anônima de capital aberto, com ações negociadas na Bolsa de Valores de Moscou e de Londres.

O titular da Semagro (Secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), Jaime Verruk, declarou que o governo já recebeu a primeira posição da Petrobras, que solicitou a prorrogação dos incentivos fiscais da unidade por mais dois anos.

Depois de fechado o negócio, a expectativa é que em seis meses a obra seja retomada. “A empresa precisa desse tempo para contratar empreiteira, por exemplo. A obra deve ser iniciada em março de 2020. Nossa estimativa é que a Unidade estará pronta em 2022. Isso se tudo ocorrer bem”, comentou.