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Economia

Rota bioceânica reduzirá em 14 dias tempo de chegada à Ásia, diz Nelsinho

Defensor do projeto, senador afirma que novo trajeto também tornará MS porta de entrada de produtos no Brasil

Humberto Marques | 22/08/2019 16:38
Araújo e Nelsinho, durante fórum que discutiu implantação da rota bioceânica. (Foto: Divulgação/Assessoria)
Araújo e Nelsinho, durante fórum que discutiu implantação da rota bioceânica. (Foto: Divulgação/Assessoria)

A concretização da rota bioceânica a partir de Porto Murtinho –a 431 km de Campo Grande– e em direção aos portos do Chile e Peru poderá reduzir em 14 dias o tempo de transporte dos produtos brasileiros para a Ásia. A previsão é do senador Nelsinho Trad (PSD), que nesta quinta-feira (22) participou da VIII Reunião do Corredor da Rota Bioceânica, na Capital, na presença do ministro Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e do governador Reinaldo Azambuja (PSDB).

O parlamentar sul-mato-grossense ainda destacou que o projeto poderá gerar oportunidades econômicas a Mato Grosso do Sul, que se converterá em uma nova entrada de produtos sul-americanos no Brasil. “Os produtos chilenos, argentinos e paraguaios passarão a ingressar no Brasil por Porto Murtinho, Corumbá e Ponta Porã”, disse Nelsinho, ao apontar, também, que a produção local também chegará a mercados mais distantes “a preços mais competitivos”.

A rota partiria de Murtinho em direção ao porto de Antofagasta, no Chile, atravessando Paraguai e Argentina, em um trajeto que levaria de dois a três dias. No Oceano Pacífico, seguiria para os mercados asiáticos, principalmente a China –principal parceira comercial do Estado. O caminho alternativo retiraria cargas das estradas brasileiras e, também, dos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR), atuais pontos de saída da produção estadual.

“Evita-se o congestionamento dos portos de Santos e Paranaguá e passagem pelo Estreito de Magalhães (no extremo sul do continente, na junção dos Oceanos Pacífico e Atlântico), que é perigoso, ou Canal do Panamá (na América Central), que é caro. A viagem entre Antofagasta e Xangai dura 35 dias, enquanto o deslocamento de Santos a Xangai consome 49 dias, economizam-se 14 dias”, destacou o senador, segundo quem esse trajeto reduzirá em 7,2 mil quilômetros marítimos entre o Brasil e a Ásia.

Em fase de implantação, a rota bioceânica contará com uma ponte entre Porto Murtinho e a cidade paraguaia de Carmelo Peralta, construída com recursos da Itaipu Paraguai ao custo de US$ 75 milhões. O país vizinho também já deu início às obras rodoviárias para implantação do corredor.

Itamaraty – A reunião realizada nesta quinta contou com palestra de Nelsinho, sob o tema “Rota Bioceânica: um salto de competitividade para Brasil, Paraguai, Argentina e Chile”, e teve a presença do ministro Ernesto Araújo. Este, durante o evento, anunciou a intenção de o Ministério das Relações Exteriores instalar um escritório em Mato Grosso do Sul para viabilizar o trajeto comercial.

“A presença do ministro é a consolidação, o comprometimento do Governo Bolsonaro com o corredor bioceânico. É muito simbólica a sua presença de apoio ao que é relevante ao país”, afirmou o governador, ao destacar que a bancada federal também trabalha para viabilizar recursos para implementar a rota –a serem usados, por exemplo, no acesso rodoviário entre a BR-267 e a ponte no Rio Paraguai, em Murtinho.

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