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Economia

Saúde, vestuário e habitação pressionam inflação de Campo Grande

Índice de fevereiro foi de 0,34%, acima dos resultados de janeiro e de igual mês de 2017

Osvaldo Júnior | 19/03/2018 13:55
No fechamento da inflação, etanol ficou mais barato e gasolina encareceu em Campo Grande (Foto: Marcos Ermínio)
No fechamento da inflação, etanol ficou mais barato e gasolina encareceu em Campo Grande (Foto: Marcos Ermínio)

Impulsionada, sobretudo, pelos preços dos produtos e serviços dos grupos da saúde, vestuário e habitação, a inflação da Capital encerrou fevereiro com alta de 0,34%, conforme o IPC/CG (Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande), divulgado nesta segunda-feira (dia 19) pelo Nepes ( Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais) da Uniderp.

A inflação de fevereiro ficou acima do índice de janeiro (0,24%) e de igual mês do ano passado (0,27%). Os maiores avanços de preços por grupos inflacionários foram os da saúde (1,94%), vestuário (1,92%) e habitação (0,75%). Também encerraram com variações positivas os produtos e serviços das despesas pessoais (0,65%) e da educação (0,36%). Os demais – alimentação (-0,73%), transportes (-0,80%) – tiveram deflações.

No grupo da saúde, as principais altas foram dos valores cobrados por dentistas no serviço de extração (8,50%), preços de analgésico e antitérmico (8,14%) e exame de laboratório (2,94%). Em vestuário, os maiores aumentos foram dos custos do sapato feminino (8,22%), calça comprida feminina (7,59%) e calça comprida masculina (6,81%).

No caso das despesas pessoais, xampu (3,94%), corte e tintura de cabelos (2,41%) e protetor solar (2,12%) foram os itens que mais encareceram – o comportamento desses produtos pode se relacionar com os gastos maiores com alguns itens no período de verão. Em se tratando do grupo educação, o índice mais significativo foi o de cursos de idiomas (4,71%).

Por outro lado, os itens que lideram a relação dos que tiveram os preços deflacionados foram: couve-flor (-56,12%), limão (-51,11%), coco (-26,64%), farinha láctea (-24,49%) no grupo alimentação; e pneu novo (-6,82%), etanol (-4,35%) e ônibus interestadual (-2,30%) no transportes.

Nesses dois últimos grupos tiveram os mais acentuados aumentos: automóvel novo (5,58%) e gasolina (2,83%) em transportes; e cebola (28,03%), pepino (24,05%) e tomate (22,38%) entre os alimentos.

Tomate voltou a ficar mais caro; no entanto, o grupo dos alimentos, de modo geral, teve deflação (Foto: Marina Pacheco)
Tomate voltou a ficar mais caro; no entanto, o grupo dos alimentos, de modo geral, teve deflação (Foto: Marina Pacheco)

Análise – Para o coordenador do Nepes/Uniderp, Celso Correia de Souza, apesar da alta no mês passado, a inflação segue controlada em Campo Grande. “Também há que se que considerar que, em 2017, o Brasil colheu uma supersafra de grãos, o que possibilitou a estabilização e até a baixa em alguns produtos do grupo alimentação, favorecendo a queda da inflação”, acrescenta.

O coordenador também percebe relação entre os problemas decorrentes da economia ainda enfraquecida com o comportamento dos preços. “O alto desemprego no país, os juros ainda elevados e o grande endividamento da população, reduzindo a demanda, inclusive, em produtos de alimentação são outros motivos", disse, em referência à inflação, que continua baixa.

Acumulado – No acumulado dos 12 meses, a taxa ficou em 2,49%, ainda bem abaixo da meta inflacionária de 4,5%, estabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional).

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