Secretários do Tesouro e Orçamento de Guedes pedem demissão
Secretários alegaram razões pessoais para pedido, mas decisão pode estar ligada a Auxílio Brasil de R$ 400
Nesta quinta-feira (21), o Ministério da Economia comunicou que o secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, pediram exoneração de seus cargos ao ministro da Economia, Paulo Guedes. A decisão estaria ligada a crise causada com Auxílio Brasil de R$ 400 e ainda não há informações sobre quem ficará nos cargos.
Os secretários adjuntos de Funchal e de Bittencourt estão entre os principais auxiliares de Paulo Guedes e também pediram demissão. São quatro saídas de secretários ligados à área orçamentária de uma só vez, conforme reportagem do jornal O Globo.
Mais cedo, nesta quinta, o secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível do Ministério de Minas e Energia, José Mauro Coelho, também pediu exoneração do cargo. A saída ocorre no mesmo dia em que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que caminhoneiros receberão 'ajuda' para compensar alta do diesel.
O Ministério da Economia disse que a decisão da saída dos secretários é pessoal. De acordo com fontes do jornal O Globo, a decisão foi tomada porque o governo fechou acordo com o Congresso para mudar o teto de gastos para pagar um Auxílio Brasil (novo Bolsa Família) de R$ 400. Os secretários que pediram demissão são contra as mudanças.
A equipe econômica saiu derrotada da queda de braço com a ala política do governo na mudança do teto de gastos para abrir espaço de R$ 83 bilhões no Orçamento de 2022.
“A decisão de ambos é de ordem pessoal. Funchal e Bittencourt agradecem ao ministro pela oportunidade de terem contribuído para avanços institucionais importantes e para o processo de consolidação fiscal do país”, diz nota do ministério.
A secretária especial adjunta do Tesouro e Orçamento, Gildenora Dantas, e o secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Rafael Araujo, também pediram exoneração de seus cargos, alegando razões pessoais.
Os pedidos foram feitos de modo a permitir que haja um processo de transição e de continuidade de todos os compromissos, disse o ministério, sem apresentar os substitutos.